domingo, 31 de maio de 2009

Rouge c'est rosé.

Bebendo das minhas coxas,
toda festa fica mais divertida.
Se quiser um sabor doce,
é só parar de lamber feridas.

Suas mãos são pegajosas,
e a luz vermelha me cega.
Mas uma pilula depois,
garota nenhuma o nega.

Venha brincar no escuro,
o rosa da lampada queimando.
E se por dentro decomponho,
por fora estou vibrando.

O vermelho é cor de rosa,
você só precisa beber o bastante.
A vida dura é muito simples,
num piscar de olhos, um instante.

O que você quiser,
quando quiser...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Vento levar

Eu só quero dormir na areia,
antes que a maré venha me cobrir.
Só quero olhar as estrelas,
antes de chegar a hora de partir.

E se esses grãos asperos,
apagarem minhas palavras.
Não há nada mais normal.

E se esses focos de luz,
cegarem minhas memórias.
Talvez não seja de todo mal.

Por que tudo que eu quero,
é esperar o tempo passar.
Enquanto decido se vou,
se fico e qual meu lugar.

E se você seguir meus passos,
tentando esclarecer o que passou.
Não diga nada, não quero ouvir,
já sei, já ouvi, já falei e me vou.

Deixando contigo meus versos,
palavras que as ondas vão levar.
E um último sorriso, que beija
seus olhos e pede sem querer...
Não deixa o vento me levar.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sai da minha vida

Nós somos muito feios,
mas a foto está bonita.
Você, eu, nossos amigos,
só faço merda nessa vida.

Eu já não o suporto,
essa sua cara desentendida.
Não sei como me aguenta
e ainda me chama de querida.

A verdade é que não há mais,
nada a perder.
A verdade é que não há mais,
ninguém pra querer.

O que é pior que suas manias?
E meu Deus! Você me irrita!
O que é pior que minhas manias?
Essa repetição não te irrita?

Por que não me manda pro inferno?
Vê se me tira da sua vida!
Mas a verdade é que não quero,
mais ninguém na minha vida.

Seus olhos quadrados,
cabelo desleixado.
Meus quadris largos,
lábios rachados.

Somos muito feios,
mas a foto está bonita.
E eu não quero mais ninguém...
Você sozinho já me têm,
e toda hora me irrita!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Heat

Should I? Should I?
Put down my legs,
touch the ground.
If so, tell me why!

Why should I? Should I?
Be different while here,
confortable with me.
If I should tell me why.

Should I shut my lips,
masquarade my thoughts.
Pretend to be someone,
with no shuckels or leash.

Pretend not to lash your heart,
Should I be punished or part?
Should I behave? Tell me why!
Tell me why, why should I?

Why not scratch your back,
why not take what I lack.
Why not hold you down,
why not moan and howl.

Why should I turn to ice?
Lust comes with a high price.
Why should I stop the heat?
If again, and again, it get's so sweet...

sábado, 23 de maio de 2009

Heartless

Eu sou, desde aquele momento, incapaz de sustentar minha própria vida. O sangue que corre em minhas veias é bombeado pela força do coração de outro alguém, despejado em minhas mãos e consumido pelos meus lábios. Ao primeiro gosto de sangue, e a dolorosa sensação do músculo que volta a trabalhar, me lembram do gosto nauseante e da sensação perturbadora que é a continuidade da vida.
A cicatriz profunda em meu peito marca o dia, em que depois de esfaqueada ouvia claramente dizer: seu coração a mim pertence, portanto o meu pertencerá a você! O gosto em meus lábios e a substituição do frio pela dor, trouxeram à tona a sensação pulsante e a desesperadora realidade de meu amante morto aos meus pés. Mas um coração arrancado não bate por muito tempo, sua força se perde descendo pela garganta.
-Bruxa!
-Sua sem coração!
Sem coração, sem coração. Que posso eu fazer se não provar de outros? Se não tomar a força daqueles que batem fortes... Apenas morrer... E eu não quero morrer, mesmo depois de ter vivido tanto tempo, com esse gosto e essa dor. Ainda assim, agindo como se nada sentisse e tudo que quisesse era mais um peito sadio para partir e devorar, ainda assim meus olhos se perdem pela janela.
-Meu amor, meu amor, meu amor...
E nas mil vezes que sussurrei, ouvi apenas o eco da minha própria voz. E não há quem possa me dizer se um dia ouvirei resposta, se algum outro dia, algum outro alguém, me daria voluntariamente seu coração repleto de sentimentos, sorrindo para mim. Sem pedir nada em troca, mesmo porque... Debaixo dessa cicatriz profunda, atrás dos lábios envenenados, já não há mais nada que eu possa dar.

O caminho do Sol

E depois que as horas correrem,
e as sombras mudarem de lugar.
A despedida, que enceno: au revoir.
Olhe para o horizonte que encerrem.

Mais um dia que corre, sol que se põe.
Mais uma hora que passa e terminou.
E vendo no meu braço que agarrou,
sua imagem que se perde e dispõe.

Pedindo para não acabar ou partir,
não encerrar nem num aceno sorrir.
Não me deixar, sair de perto daqui,
não perder o calor que vem de ti.

Como se não soubesse, que bem aqui,
está a que mais odeia partir.
Mas o caminho do sol segue,
e mesmo que queira permanecer,
até o novo despontar... Parti.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Compacto letal

Na vertigem eu encolho,
eu fico febriel, eu enjoo.
Deixando a náusea ficar,
viro pro lado, sem saber chorar.

Sem saber reclamar, não para,
sem saber tratar, não sara.
E caminhando rolando,
caindo e desmanchando.

Numa forma compacta de mim,
que com pontadas se contorse,
escorrego me perdendo, enfim,
numa doença que não mata,
mas também não morre.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sangre comigo

Todos os seus erros,
pequenas gafes cometidas.
Irão ruborizar minha face,
de maneiras desmedidas.

Aquele corte de papel doeu,
assim como aquela queda,
assim como aquele adeus.
Mais em você? Ou eu?

Toda vez que me cortar,
toda vez que se cortar,
duas cores se misturam,
sangrando comigo está.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Miséria dos Carentes

Todos os erros enaltecidos,
pelas lágrimas que vertem.
Todas as dores e os gemidos,
se somam e se convertem.

Naquele velho grito,
pedinte e miserável,
sofrido e detestável.
Carente de atenção.

Naquela velha história,
de cicatrizes maquiadas,
de tragédias ensaiadas.
Que não aconteseria se não...

Se não quisesse tanto as dores,
quisesse tanto as mágoas,
só para receber ardores,
abraços e copos cheios d'águas.

Bem mais doces do que o normal,
bem mais atenciosos que o normal.
Atenção que só é dada aos miseráveis,
Tão carentes de algo mais, afáveis,
mesmo que nada disso seja real.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Se me faz

Um dia meus olhos estavam,
fixos no chão que pisava.
E mais tarde acima imploravam,
ao pé que me amassava.

Se me faz tão mau assim,
por que não me sinto tão mal?
Se me faz sofrer assim,
por que parece-me tao normal?

O que em você me machuca,
segundos depois me faz sorrir.
O que, o que, o que? Retruca,
sem me tornar qualquer martir.

Se me faz tão mal, se me faz
como sou. O que? O que sou?
Por que esse mal só me trás,
motivos parar rir de tudo,
que aconteceu, doeu, passou...

sábado, 2 de maio de 2009

Amor de vidro e papel

Eu lhe dei flores de papel,
para que pudesse amassá-las.
Dei sentimentos de vidro,
para que pudesse quebrá-los.

Essas flores cortaram seus dedos,
que mais tarde eu lamberia?
Esses sentimentos feriram seu corpo,
que mais tarde eu beijaria?

É porque sinceramente,
por trás do vidro e do papel.
Eu mordo e assopro, em seus ouvidos.
Meu sentimento mais cruel.

Meu amor, que corta, que fere,
amassado e quebrado. E espere!
Que lambe e que beija, que morde,
que assopra. E que você como é,
mesmo que queira, não negue.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Did I/ Eu fiz?

Did I make you cry?
Did you ask me why?
All the things I hate about you can just die.

Never sign up for Angel,
never agreed to be in hell.
But still you lay beside me, too afraid to yell.

Did I make you cry?
Did you ask me why?
Because I long for the day, when I will die.
And nobody else will ever make you cry.

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Eu a fiz chorar?
Você perguntou porque?
Tudo que odeio em você pode morrer.

Nunca me inscrevi pra Anjo,
nunca concordei em ficar no Inferno.
Mas ainda está deitada ao meu lado, com medo demais pra gritar.

Eu a fiz chorar?
Você perguntou por que?
Porque anseio pelo dia que irei morrer.
E ninguém nunca mais a fará chorar.