segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Welcome to my flaws!

Sabedoria do dia: Nunca fale para um virginiano seus defeitos, ele já conhece todos bem melhor que você.

Na verdade não são apenas virginianos, todos conhecem seus defeitos, seus lados azedos, suas coisas chatas e irritantes, mas a maioria fica em negação e reclama deles através dos outros. Quem nunca viu alguém reclamar de outra pessoa por algo que também faz? Particularmente eu ODEIO profundamente voz fina, quando entrei no coral e me colocaram nas sopranos tuuuuuuuuudo fez sentido.

Me conformei, tento controlar, mas é complicado manter um tom mais baixo, mas tem coisas piores por aí... E por aqui. Um bom exemplo disso é o egocentrismo, não que todo ser humano não pense nele primeiro, mas nossos ideais caridosos preferem que consideremos mais os outros. Consideramos, processamos, se concordarmos cá estamos! Se não... Bem, temos o direito a discordar, que ótima desculpa.

Nada mais difícil que se importar mais com os outros do que com si, nada mais difícil que a empatia e a visão através dos olhos alheios... Nada mais difícil, que só tentar parar o erro e a dor, quando eles o afetam. Não é certo, não é justo, mas é como as coisas são... Para virginianos ou não.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Extras entremundos

Um pouco sobre os personagens da nova história:


Magnhild
Uma feiticeira poderosa vinda de ****censurado****, capaz de criar portais entre os mundos que veio parar no mundo humano. Como a maioria ela gosta de poder e o quanto ela possuí de fato ainda está indefinido...



Michi
É a guardiã de todos os portais entre os mundos, imutável e imortal ela controla as indas e vindas, mantendo todos em seus devidos lugares, sempre que possível... Mas oras acidentes acontecem! Apesar de sua semi-competência possuí habilidades úteis de transporte e vidência.


Sunshine

A única amiga da protagonista, uma humana bem vista, bem sucedida, bem tudo... Só?

Maia

É uma humana que desde criança caí ou atravessa portais acidentalmente, sempre sendo guiada por Michi de volta a seu mundo de origem, sem nenhuma ilusão ou esperança de um dia ter uma vida normal. Quem quer ser normal de qualquer jeito? Agora Michi quer que ela leve Magnhild de volta, adicionando mais problemas ao seu cotidiano.





Entremundos (1)

Num universo infinito, com tempo infinito, todas as coisas são possíveis em todos os tempos. Provável ou não, foi assim que aconteceu...

Não havia nada pior para Maia do que acordar de manhã e nada melhor do que ir dormir novamente mais tarde, tudo que estava no meio disso era caos, bizarro e ocasionalmente perigoso. Apesar de alguma forma ter sobrevivido todo àquele tempo, às vezes se perguntava se não estava em coma em alguns hospital delirando enquanto alguém lia histórias para ela. Mas não havia muito conforto nisso, afinal delírio ou não era sua rotina, agora mais uma vez acordava com o cabelo embaralhado na frente do rosto e procurando o despertador para silenciá-lo.
-Quietoooooo... – pedia apertando o aparelho, para depois notar que era o telefone que tocava e a voz de sua amiga insistia com a secretária eletrônica.
-Maia! Acorda dorminhoca, já são quase onze horas! Tome um banho e se vista, você tem que buscar sua roupa e se embonecar a festa começa as 18:00 em ponto! Não ouse se atrasar!
Não estava tão animada assim para uma festa à fantasia, mas considerando que era outubro e para pessoas normais só nesse período podem ser, parecer e ver coisas esquisitas concordou. Colocou um par de luvas brancas e um conjunto azul e branco que comprara com um enorme laço em suas costas e um pequeno numa gargantilha em seu pescoço. Jurava que comprara orelhas de bicinho também, mas não sabia aonde as colocara. Se olhou no espelho várias vezes durante o dia e aquilo era mais normal que grande parte de sua vida, não que para Sunshine fizesse qualquer diferença.
Era sua melhor amiga, mas provavelmente nunca ia entender, aceitava e ouvia tudo, mas não entendia. Era normal demais, descolada demais, popular demais, entrosada demais. E às vezes, Maia não podia negar, por trás de todo aquele brilho e sorrisos calorosos, queria enforcá-la.
-Maia? – ela riu-se colocando os óculos escuros no topo da cabeça – Eu não te avisei? Ninguém vai vir de fantasias!
-... – a ameaça de morte entalou na garganta – Não, não avisou...
-Ahhh... Me desculpe! – Sunshine pediu puxando a amiga pelo braço – Por que não pega alguma roupa no meu quarto? Qualquer uma, fique à vontade!
Quando fechou a porta do quarto não foram roupas que avistou, de pé dentro do espelho estava uma figura que levitava cristais com as mãos, os olhos róseos assim como seus cabelos reluziam conforme movia-se ali dentro e Maia quis voltar para a cama. Sabia que mais uma daquelas coisas improváveis, geralmente impossíveis, estava prestes a acontecer.
-Olá, Maia. – ela saudou com um sorriso – Roupa interessante, avistei uma parecida em...
-Não quero saber! – exclamou tampando os ouvidos – Nada de cair em buracos de coelho, escorregar por arco-íris, perder-se na neblina, nada, nada, nada!
-Não vejo nenhum portal aonde você possa cair ou atravessar por acidente aqui. – a outra respondeu olhando ao redor do quarto.
-Então o que você está fazendo aqui, Michi?
-Bem, você não vai parar em nenhum lugar que não deve, mas... – ela levou a mão aos lábios depois estendeu um cristal através do espelho. – Não é a única que atravessa portais...
-Alguém se perdeu por aqui de novo?
Maia pegou o cristal e o levou até o rosto, olhando através dele viu uma mulher de olhos reluzentes que lembrava uma feiticeira tribal, talvez alguma outra coisa. De qualquer forma não tinha um rosto muito amigável e logo jogou o cristal de volta através do espelho, cruzando os braços para Michi. Aquilo não parecia alguém que se perdia e caía sem querer em outras realidades que não lhe pertenciam.
-Magnhild cruzou um portal para o seu mundo ontem à noite. – Michi anunciou. – Ela não pertence a este lugar e deve cruzar de volta.
-Não é seu trabalho não ter deixado ela cruzar para começo de conversa? Ou guiá-la de volta que nem você sempre fez comigo? – Maia perguntou impaciente.
-Infelizmente ela é uma feiticeira muito poderosa que não quer voltar e ela própria criou o portal. Demorei algum tempo para controlá-lo.
-E o que eu tenho a ver com isso?
-Ontem ela causou uma tempestade, está se adaptando ao seu mundo e em breve pode causar muitos problemas, queria sua ajuda em fazê-la voltar pelo portal. – ela anunciou muito tranquilamente. – Só alguém que conhece outros mundos como você pode me ajudar...
-Por que você não saí daí e faz seu trabalho você mesma?
-Todo tempo que gasto procurando Magnhild deixo portais sem supervisão, assim que deixar meu posto dezenas podem atravessar portais que não devem e causar catástrofe em vários mundos. Muitos podem se machucar e até morrer...
-E como eu vou lidar com essa Magn...sei lá o que? Eu sou só uma humana e...
-Confio em você, Maia. Pegue esse cristal, ele vai mostrar como encontrá-la.
Maia segurou mais um cristal, o brilho rosado a fazia lembrar de contos de fadas madrinhas, princesas, bailes... Noções românticas de infância, que na dela foram seriamente deturpadas. Aquele pequeno pedaço de cristal era uma das chaves de Michi, permitia ver através de portais nos mundos, várias vezes Maia os usara para conseguir achar o caminho de volta ao planeta terra, realidade humana. Agora deveria achar uma feiticeira invasora e convencê-la a voltar... Era por isso que odiava acordar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sie ist klein

Você ainda é pequena, mas um dia vai entender...
Um dia eu vou entender ou ao menos espero que sim...
Porque todas as coisas boas um dia chegam ao fim.

Ainda somos pequenas, mas um dia vamos saber...
De mãos dadas e sorrisos livres, ao menos espero assim...
Porque todas as coisas ruins também chegam ao fim.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Encontro

Passara tanto tempo planejando cada segundo, que já não fazia ideia do que realmente iria acontecer ou fazer, tantos planos e desfeitas, tantas vezes tidas como certas dando errado e então o tempo. Inevitável tempo que passava empurrando com a barriga gorda e lenta, deixando tudo para depois, agora finalmente estava ali. Em algum lugar dos olhos verdes cintilava a dúvida.
-Quanto tempo...
-Verdade.
O que mais falar? Havia uma sensação de estranhamento, reconhecia o resto e conhecia a pessoa... conhecia? A fala lhe parecia estranha e a conversa tomava rumos desconhecidos, até as curvas do corpo pareciam diferentes. Efeito do tempo talvez. Os olhos brilhavam para longe, não lembravam em nada os que se aprofundavam nos seus, balançou a cabeça, jurava que talvez fosse apenas nervosismo.
A comida era normal, a bebida a mesma, até a sobremesa tinha uma doçura familiar, mas a companhia... ainda estranhava. Talvez tivesse passado tempo demais, desde a última vez e tempo demais pensando naquilo, agora o que tinha em mente e a realidade não encaixavam. Irreconhecível. Mesmo ao inclinar-se e sentir os lábios tocarem os seus, o afeto também era estranho, misterioso, diferente... Suspirou.
-Algo errado?
Não havia nada de errado, não que tivesse percebido. Era apenas diferente... Mas não sabia como explicar ou responder, na dúvida sorriu e acenou com a cabeça... Depois meneou contraditóriamente. Por fim encolhendo os ombros, sem qualquer outra coisa racional a fazer estendeu a mão e falou da maneira mais natural e calorosa que podia.
-Um prazer lhe conhecer...