domingo, 30 de janeiro de 2011

Sara Lee


Arte perfeita da sumomo da minha BBCB e a Sara Lee *-*


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sem alternativa

Hoje eu lembrei de tanta coisa,

Que na verdade nunca esqueci.

Mas o tempo vai deixando pra lá

E se voltasse nada iria mudar.

Ainda assim como é bom pensar...

E se, meu amigo, e se...

E se, meu amor, e se...

Mas nada posso fazer.

E ainda sinto tanta coisa,

Que sempre vai me doer.

Mas o tempo vai me lembrar,

Que é bom assim também.

A dor me faz apreciar melhor

E lembra da mea culpa.

Porque eu lembro de tudo, só

Que nunca vou me esquecer.

Que nada vai mudar o que sinto,

O que fiz sentir... Nem e se...

E se, meu amigo, e se...?

E se, meu amor, e se...?

Não tem outra alternativa,

Mas isso nunca me fez amar menos você.

No surprise

Why do I? How could I?
Can't you tell? My, oh my...
It's not for evil or being mean
Just feels so good...your scream.

Why Do I? How could I?
Can't you guess? Just try.
It's not because I hate you
in fact is the other way around.

That embarassed face of yours
The sheer panic in your eyes.
Feels so good that is no surprise
why do I and how could I.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Valerie Velius

História da minha personagem de Elys Egil...


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Valerie nunca conheceu sua mãe, mas nunca teve tempo de pensar em uma, viajava o mundo com seu pai e o exército, sendo criada por soldados e cientistas militares, seu pai era um deles. Entre o campo de batalha e o laboratório ela não o via muito, mas ele sempre tentava compensar tentando explicar para a filha tudo que os cercavam. No lugar de bonecas tinha armas como brinquedos e no lugar de dançar em roda lutava com os soldados que a viam numa mistura de irmãzinha e mascote.

-Valerie? Valerie! – Alexander Velius não era exatamente o que se esperava de um soldado, sorria demais e era gentil demais com todos, ou pelo menos na frente da filha sempre foi assim. – Entre agora! É um ataque!

Ninguém lembrava quando a guerra começou, todos estavam tão acostumados que parecia natural ter sempre sido assim. O inimigo tinha desenvolvido uma arma invisível, pequenos organismos sintéticos com I.A. que chamávamos de vírus nanorobô que se espalhava por quilômetros pelo ar e contra os quais não podíamos fazer nada além de tentar evitá-los. Se não achassem um alvo eles morriam depois de alguns dias, mas se atingiam...

-Papai o Mike ainda não voltou! – Valerie gritava sendo puxada para dentro do prédio.

-Lacrem tudo! – Alexander gritava. – Valerie, não dá tempo!

-Mas...

Ela não falou nada, assim como ninguém do outro lado das portas lacradas. Através do vidro impenetrável era possível ver soldados que ficaram presos do lado de fora, tudo ao redor parecia normal exceto a fumaça muito distante de onde a bomba explodiu. Mas todos ali parados olhando puderam assistir o efeito do vírus nanorobô, que uma vez que entrava no hospedeiro o consumia lentamente por dentro. Alexander cobriu os olhos da filha, mas nada podia abafar os gritos e a imaginação de criança só adicionava horror ao episódio.

Não havia como parar algo que não se podia ver, os técnicos recuperaram restos da tecnologia inimiga que Alexander e outros cientistas estudavam. Ele tentava utilizar aquilo e transformá-los em simbiontes que deixariam os soldados mais fortes e protegidos, mas todas as cobaias inevitavelmente morriam. Logo não havia mais voluntários e tudo parecia uma causa perdida, durante anos nos quais Valerie já não sabia que valor tinha um soldado. Os homens fortes que a criaram um a um viravam pó espalhado no campo e não havia mais ingenuidade para pensar que o inimigo também não sofria de alguma forma com o que quer que eles fizessem além de seus olhos.

-Hey, pequena V. – um soldado cumprimentou chegando com os coturnos cheios de lama e o rosto com novas cicatrizes.

-Quem é você? – Valerie perguntou levantando o rosto adolescente na direção do homem.

-Hector... Claro que não lembra de mim. Eu era o soldado que levava as amostras para o seu pai. – ele pausou depois de mencionar Alexander, mas o rosto de Valerie permaneceu impassível, sem saber como continuar ficou calado a encarando.

-Algum problema?

-Você não soube?

Alexander partira com o último batalhão, dissera que talvez encontrasse uma forma de fazer funcionar sorrindo confiante, mas não voltou com os soldados. Poucos voltavam, cada vez menos a cada dia. Valerie caminhou pela base ignorando todos que a cumprimentavam, os olhos vazios em seus próprios pensamentos, só parou quando uma parede de homens se formou a sua frente bloqueando o caminho. Crescendo com soldados sentia quando se formava uma emboscada, sem entender porque a morte de seu pai a colocou em uma.

-Pirralha maldita! Segurem as pernas dela!

Não importa quem a criou, quando cinco soldados e dois cientistas de jaleco se juntam contra uma garota os chutes de seu coturno ou os filetes de sangue que arranca com os dentes não significam nada, ela vai perder. Foi desacordada com um sedativo que devia tê-la deixado completamente apagada, mas ainda podia ouvir tudo ao redor e sentir as mãos que a seguravam e o balançar de seu corpo sendo carregado.

Sentiu o frio de uma superfície dura aonde foi colocada, enquanto tiras eram amarradas ao redor de seus pulsos e tornozelos, tiras ainda maiores sobre suas coxas e cintura, a fazendo perceber que estava em uma das mesas do laboratório. Quando um suporte de metal frio foi fechado sobre sua testa na escuridão para manter a cabeça imóvel sabia que estava na mesa de cirurgia. Seu pai nunca a deixara assistir, mas ela sabia que era ali que amarravam cobaias e faziam implantes.

-Essa não é a filha do Alexander? – ela reconhecia a voz do general, ele que fazia todas as declarações oficiais aos soldados, era a voz mais familiar de todos os lugares pelos quais passara a infância, bases, laboratórios, campos.

-Em tempos como esse utilizamos os recursos que temos a mão, senhor. Todos morreram é verdade, mas não foi um problema de compatibilidade ou da tecnologia, o processo que foi doloroso demais causando a morte dos soldados.

-Sedativos?

-Não podem ser utilizados, eles afetam os organismos sintéticos, por isso os utilizamos em campo. Ao invés de se espalhar pela corrente sanguínea eles são desativados e imóveis.

-Então é isso que tem aleijado os soldados... – O general não parecia particularmente interessado ao saber daquilo.

-Sim, há uma chance exorbitante de formação de coágulos que causa enfartes e derrames, há também aqueles que ao perder a circulação tem membros amputados, mas pelo menos sobrevivem. – o general não reagiu e como outro continuou quase gaguejando Valerie soube que ele realmente não se importava com nada que estava sendo dito, queria fatos e frases objetivas, como a maioria dos soldados. – De qualquer forma, é cientificamente comprovado que as mulheres possuem uma tolerância maior a dor, portanto uma poderia sobreviver ao procedimento.

-Aquilo é uma criança, doutor.

Valerie não sabia ao certo se deveria entrar em desespero com a perspectiva de ser a cobaia de um procedimento dolorosamente mortal ou zangar-se com o tom de desprezo indiferente do general. Não tivera nem tempo de lamentar a perda do pai e sua mente não sabia o que processar primeiro, também a distraía o fato do suposto doutor começar a gaguejar e o tom nervoso de outros que se juntavam a discussão. Aparentemente tempos difíceis requerem sacrifícios e medidas desesperadas. Não havia soldados mulheres entre os inimigos aprisionados, não havia voluntárias e ninguém por perto que pudesse usar, exceto a recente órfã. Era tão ridículo e clichê que fazia Valerie querer rir, mas estava completamente imóvel e cega devido a droga que injetaram nela.

-Faça.

Um comando simples que qualquer soldado entenderia e qualquer desesperado obedeceria. Mas não aconteceu imediatamente, tinham que esperar a droga perder seu efeito e a garota despertar por completo. Quando finalmente conseguiu abrir os olhos e mover o corpo nas amarras ela não disse nada, apenas olhava ao redor, logo ao lado de sua cabeça estava uma enorme pistola com ponta de agulha com um tubo acoplado. Usada normalmente para vacinas ela podia imaginar quantos milhões de coisinhas mortais nadavam dentro do tubo, esperando para devorá-la.

-Valerie. – um dos homens que a pegaram chamou pondo uma lanterna em seus olhos para checar a reação das pupilas. – A chamavam de V.V., não é? Valerie... Valerie viral... Você pode ser a primeira, mudar toda a história...

Ela não respondeu, apenas o encarou sem vontade alguma de dar algum conforto àquele homenzinho miserável com óculos quadrados e cabelo lambido. Não iria consentir com nada, mas também não daria a ninguém o prazer de seu desespero e sofrimento, sabendo que muitos naquele lugar eram sádicos. Manteve-se resignadamente calada como um prisioneiro de guerra encarando o “doutor” enquanto ele se movia ao redor da mesa falando desajeitadamente.

-Essa injeção colocará cerca de um bilhão de simbiontes em seu corpo, eles vão se espalhar pela sua corrente sanguínea tomando lugar de aminoácidos, depois de proteínas, até finalmente atingir seu RNA. Ao fim do processo eles farão parte do seu corpo atuando de diversas formas, vê? – e apontava para a pistola com agulha na ponta, dentro do tubo o líquido era avermelhado – Eles a tornarão mais forte e sadia, combaterão doenças e... Era a pesquisa de seu pai, você deve conhecê-la.

Ela não assentiu, mas conhecia. O deixou falando sozinho sobre como aquilo era importante enquanto um soldado passava álcool em seu braço e depois plugava eletrodos para monitorar seu coração e cérebro. Não deixou de encará-lo, mas já não o via. Via seu pai e imaginava quantos tinham passado pelo que ela passaria, nas mãos do ataque inimigo ou nas dele, tendo aquelas pequenas coisinhas andando pelo sangue e devorando tudo, correndo por vasos e se infiltrando nos órgãos. De uma maneira estupidamente irônica aceitou seu destino.

Dor não era a palavra correta para o que aquela injeção causava, tudo começava com arritmia quando o sangue se misturava aquilo impulsionando todo o trajeto e em poucos segundos havia um tipo de ardência por todo o corpo. Não conseguia chamar aquilo de dor, por que o que vinha depois da ardência era diferente de qualquer coisa que jamais sentira e chamava de dor, mas as pupilas quase desapareceram e sentia que seu coração ia explodir ao mesmo tempo em que seu cérebro parecia gritar e contorcer fazendo a agulha do aparelho balançar alucinadamente de um lado para o outro. Depois tudo parou no mais tranqüilizador silêncio frio.

-Ela também... – alguém murmurou.

O laboratório era selado, só sete presentes, incluindo o general, ouviram os gritos e assistiram os espasmos enquanto a agulha balançava e o monitor cardíaco apitava, depois o corpo parado e o som continuo do apito da parada cardíaca, a agulha do eletro parada fazendo uma risca contínua no papel. Não era uma visão bonita, mas para quem passou pela guerra não chegava a ser inconcebível. Um soldado tirou os eletrodos enquanto o doutor ia conversar com o general que não estava interessado em explicações, apenas no resultado que era óbvio. Aquilo era um erro, uma tentativa impossível de tornar qualquer um mais do que naturalmente era.

-Burocratas...- o soldado resmungou vendo o grupo se afastar ao redor do general, perguntando em que investiriam, o que mais tentariam só restando ele na sala.

-Pode me desamarrar agora, por favor? – Valerie pediu abrindo os olhos castanhos.

O soldado teria gritado, rezado, desmaiado ou qualquer outra coisa se não estivesse tão exultante ao vê-la consciente. Era como assistir um companheiro voltar dos mortos e queria correr para avisar alguém! Tinha dado certo, não tinham sacrificado dolorosamente uma garota para nada. Ingenuidade da parte dele, porque ao soltar Valerie ele acabava com qualquer chance de correr de volta para o grupo com esperança e gritos de vitória. Ao sentar na mesa a primeira coisa que ela fez foi levantar o rosto e girar a cabeça para ouvir melhor:

-O que disse?

-Deve ter sido uma dor horrível... Incrível! Viva! Vencendo a dor e... – ele calou com as mãos dela ao redor do pescoço dele, os dedos finos pareciam duros como aço, os olhos esbugalhados enquanto tentava puxar os braços dela e respirar ao mesmo tempo.

- O que você sabe sobre dor? – ela perguntou com um sorrisinho forçado de lado enquanto ouvia o pescoço dele estalar. – Nada... Nenhum de vocês sabe nada.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Faz tanto tempo

Faz tanto tempo desde a última vez, que sinto que nem lembro mais...
Chegando a pensar que na próxima vez nem vou lembrar como se faz...
Faz tanto tempo que o passado virou uma mistura do que foi e fantasia...
Faz tanto tempo que já não sei o que foi verdade e o que daquilo foi mentira...

Chego a pensar que faz tempo demais...
Chego a pensar em voltar atrás...
Chego a pensar que já nem sei...
Chego e sem pensar quero uma outra vez.