Eu deixo esta vida da mesma forma que entrei nela, sem ideia do motivo.
Não há nenhuma grande resposta ou propósito, nenhuma consequência programada.
Eu deixo esta vida com a mesma compreensão do começo, nenhuma.
A completa ignorância de quem sabe o suficiente para admitir que nada sabe.
Não levo nenhuma crença em recompensas ou punições, apenas uma caixinha de memórias.
Não chego a nenhuma genial conclusão, nem me torno mais completa ao recordar e partir.
Não, não há nada. Nem a doçura de tempos melhores ou a frieza dos maus agouros.
Apenas aquele silêncio turbulento do segundo em que a mente fecha as portas antes de dormir.
Deixo esta vida, sem remorso, nem fé.
Deixo está vida pelo que foi e do jeito que é.
Qualquer que tenha sido.