sexta-feira, 28 de março de 2008

Momentos de pessoas

Segue abaixo trechos de textos... Não tentem interelacionar, leitores imaginários.

"Só queria deixar espaço para passarem, o que normalmente numa escada é feito indo até a parede e deixando os outros passarem pelo corrimão, mas essa era muito estreita o que dificultava. O que só torna ainda mais estranho quando me senti empurrada na parede e a vi jogada contra mim, as pessoas passavam e tudo que eu via era alguma coisa invisivel lá longe tentando não pensar na respiração dela no meu pescoço e decote.
Passaram. Ela se afastou de volta pro corrimão com um sorriso de que nada tinha acontecido e eu voltei a olhar para o nada."

"Algumas coisas simplesmente parecem erradas e aquela era uma situação que parecia exatamente isso. Tantos outros lugares mais próprios que um filme infantil, todos pareciam felizes, rindo na tela e fora dela...
Quase todos pelo menos enquanto uma mão segurava outra ligeramente mais forte. Algumas coisas simples parecem erradas..."

"Eu sorrio? Eu choro? Que raio de perguntas são essas? Não é todo dia que acaba um relacionamento que parecia tão perfeito com exceção de alguns detalhes geográficos, no final tudo se resume não em saber o que fazer agora que acabou, mas sim no que não fazer.
Não voltar atrás, não arredar pé, não deixar isso virar o fim do mundo, não achar que tudo que pode vai piorar como o famigerado Murphy insiste.
Não, não era hora de fazer perguntas nem de filosofar sobre as resposta, o copo já estava quase vazio e sua paciência quase cheia. O barulho ao redor ensurdeceria se ainda pudesse ouvir, mas estava dificil pensar em algo que não fosse uma filosofia sobre o fim. Felizes para sempre? Infelizes para sempre? Descanse em paz? Deixará saudades? Quem era o idiota que escrevia essas coisas?"

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