Entre as dobras do kimono,
Presa por dedos esguios,
Katana antiga e guardada.
Herança de tempos frios.
Sob os golpes da lâmina,
Sob as pancadas do bambu.
Crescem os olhos na distância,
Vê-se os cabelos de Miyu.
Contemplas o jardim, sakuras,
As carpas no riacho brincam.
O sol poente no monte, anuncia,
Os dias aos poucos minguam.
Shouei corre o campo, descalço,
Buscando sua mais bela visão.
A dama em kimono bordado
Em azul celeste e katana na mão.
O invasor é recebido na guarda,
Da lâmina antiga que o pai afiou.
O sangue que escorre, sorriso traçado,
Um corte no rosto que a contemplou.
Perdão a dama, pela invasão e susto.
Sinal de respeito e curva-se o jovem.
Tirando das mãos a lotus, oferece,
Manchada de sangue um totem.
Tempo.
Há 14 anos
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