terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aku

4
-Proteger... – Tapio murmurou, triângulos cercando ele e Louhi. – Me explique de novo como viemos parar aqui?
-Troll grande e feio destruindo a fazenda... – Louhi murmurou abaixando o revolver, só estava desperdiçando esforço ao atirar naquela coisa.
-Alguma idéia de quando ele vai parar de atirar coisas em nós?
-Nenhuma... – Louhi soltou um suspiro, havia pedaços de cerca e árvores voando na direção deles, colidiam com os triangulos de luz e se partiam em vários pedaços. – Odeio trolls, eles são muito fortes e tem a pele muito dura...
-Quando éramos crianças você odiava muito menos. – Tapio comentou sorrindo.
-Quando éramos crianças eu estava mais ocupada odiando você. – Ela falou sorrindo de volta. – Primeiro selo pronto... Alvo marcado.
-Você não vai conseguir matar ele com isso. – Tapio interveio olhando a faca que se materializara na mão dela.
-A menos que eu vá para trás dele e o acerte na nuca. – Louhi corrigiu.
-Dificil com objetos voando e um troll maluco girando para todos os lados, atacando o nada, Louhi. Você precisaria ser bem mais rápida...
-Não diga.
O que ele podia fazer? Nada. Afinal ela era a assassina, mesmo quando corria e se jogava, quase não fazia barulho o ideal para não ser notada, mas agora era tarde, depois de começar a atirar no troll ele os notara muito bem. A criatura enorme de braços do tamanho de troncos continuava arremessando coisas, agora no pontinho que corria em sua direção. As marcas nos pulsos, a faca ligeiramente grande ou não faria sentido, as botas afundando no chão enquanto corriam e saltavam. Se sentia inútil e nessas horas é que tinha mais motivos para fazer algo.
-Luz... – Tapio murmurou fazendo pontos de luz surgirem por todos os lados, o troll cobriu a cara socando a iluminação.
-Aaaaaaarg!
-Só um pulinho... – Louhi murmurou.
Um pulinho era sua versão de escalar as costas de um troll de quase três metros, saltando por suas pernas e coluna, felizmente trolls não são conhecidos por sua boa postura deixando tudo mais fácil. Não teria conseguido sem Taipo, talvez, mas a verdade é que de qualquer jeito ela teria chegado lá e cravado a faca na nuca do Troll com as duas mãos o fazendo cair de cara no chão. Porque era isso que ela fazia, era isso que fazia de melhor. Puxou a faca de volta e depois limpou o suor do rosto, ao mesmo tempo a arma se tornava um cilindro novamente. De qualquer jeito...
-Segundo selo. Alvo morto. – ela sussurrou, marcas em seus pulsos, mas Taipo sabia que não era só lá que havia algo marcado.
-Louhi, ele te acertou? – Taipo perguntou enquanto se aproximava correndo.
-Não. Ele tem uma mira péssima!
-LOUHI!
Ela ainda estava de pé nas costas do troll quando ele saltou de pé mais uma vez, Tapio gritou pois o viu se mexer primeiro. Louhi caiu pra trás de costas, indo aterrissar no chão de maneira muito dolorosa, Tapio ia invocar um de seus selos, mas talvez não desse tempo. O monstro arremessava coisas mais rápido do que Tapio se protegia delas. Por sorte ele era burro, burro o bastante para dar as costas para a real ameaça, ou pelo menos não se incomodar com a real ameaça nas suas costas. Olhos azuis pálidos, quase cinzas como o que restava de seus alvos, olhos que pareciam reflexos de luz em meio as sombras. De qualquer jeito ele os matava.
-Mexe com alguém do seu tamanho. – Louhi mandou.
Tapio não estava acostumado a ver Louhi usar armas tão grandes, tudo que viu foi a enorme explosão e o troll caindo de novo, dessa vez em pedaços, quando a fumaça e a bagunça baixaram conseguiu ver Louhi meio deitada e meio sentada no chão, uma enorme bazuca em seus braços com fumaça saindo da ponta, o fim apoiado na terra a deixava naquela posição. Os olhos estreitos quando um predador diz para sua presa que a vida dela já era.
-Você não precisava usar uma bazuca. – Tapio murmurou para a garota que se deixou cair deitada, a bazuca de volta na forma de cilindro que cabia no suporte em sua coxa.
-Era mais rápido. – ela falou puxando a saia para guardar sua arma.
-Estava preocupada comigo? – ele perguntou se abaixando, o rosto gentil.
-Você é bem grandinho, pode se cuidar sozinho... – as marcas nos pulsos dela desapareceram.
-Faz tanto tempo que eu não vejo o Aku! – uma voz exclamou animada – Meu pobre, Ale, morre de inveja.
Louhi só virou o rosto para o lado, ao contrário de Tapio que não estava exausto ao ponto de não conseguir se virar para olhar melhor. Era Lahja, uma mulher ruiva de longos cabelos lisos que iam quase até seus tornozelos, sempre usava o mesmo tipo de vestido longo cuja saía voava com o vento dando um efeito cinematográfico em suas aparições. Lahja era a garota perfeitinha, educada de olhos amarelados gentis, a primeira aluna dos antigos mestres. A única que não tinha um par, ela era mais antiga que isso, apesar de ser poucos anos mais velha que eles.
-Para de encarar minha arma. – Louhi mandou relaxando um pouco, se era Lahja não precisava se preocupar.
-Você é mesmo diferente, não gosta que eu olhe para Aku, mas não liga de ficar levantando a saia na frente dos outros. – Lahja comentou dando risada.
-O que está fazendo aqui, Lahja? – Taipo perguntou objetivamente.
-Ale me disse que vocês estavam por perto, decidi vir dar uma olhada. – ela falou esticando um pequeno cetro com um circulo no topo, no centro do circulo ficava preso por pequenos fios um selo de metal, por todo cetro selos, como haviam no cilindro de metal de Louhi.
-Essa coisa fala? – Louhi perguntou.
-Coisa? Você não aprendeu nada sobre esses artefatos, não é? – Lahja murmurou de maneira triste – Artefatos como Ale e Aku, não são como simples armas ou objetos humanos.
-Você sabe que ela prefere fingir que Aku é só um pedaço de metal. – Tapio interveio antes que Lahja começasse uma aula sobre artefatos mágicos.
-Pelo visto a ligação entre vocês ainda é fraca, ou então Aku não gosta de você, por isso não se comunicam. – Lahja murmurou – De qualquer forma o que é esse monte de pedaços de troll espalhados por todo lado?
-A Louhi usou uma bazuca...
-Uma bazuca? – Lahja parecia chocada – Contra um troll?
-É. – Louhi confirmou.
-Isso é como matar uma mosca com um lança chamas, você não devia desperdiçar tanta energia, Louhi! Agora entendo porque você está tão quieta.
Aku não era só um cilindro que se tornava a arma que sua portadora achasse melhor, Aku era um artefato mágico que continha todos os selos sacerdotais. Esse tipo de artefato é uma arma poderosa e perigosa, ao mesmo tempo que ajuda seu portador suga a energia dele para funcionar, tal troca cria uma ligação entre artefato e portador. Geralmente quando a ligação está forte o bastante o artefato se torna como um aliado, o portador se torna seu mestre e um ajuda a existência do outro. Mas no caso de Aku, tudo que fazia era se tornar armas, nada de comunicação, nada de mestre.
-Você precisa se cuidar, Louhi... – Lahja comentou se sentando sobre os joelhos para olhar a outra mais de perto. – Se você usar algo além de sua capacidade, você vai ficar sem energia alguma e cair morta... Ou pior!
-Ela sabe disso, Lahja. – Tapio falou olhando para o céu – A culpa foi minha.
-Sua? Como?
-Ela ficou preocupada que o troll fosse acertar uma árvore na minha cabeça.
-É mesmo? Você é tão atenciosa, Louhi, mas mesmo assim não pode se descuidar. Foi algo muito nobre, mas...
-Lahja. Não foi nada disso, o Tapio que é egocêntrico e acha que tudo é sobre ele.
Houve um silêncio desconfortável, até que Lahja deu risada, era como se fossem crianças de novo e no meio de um exercicio ela os visse treinando longe. Lahja ainda lembrava dos dois quando pequenos, Tapio sempre tentando proteger Louhi e acabando sendo salvo por ela, que fingia que não tinha feito nada por ele. Podia entender os dois, por ser como os dois, mas sentia uma empatia especial por Louhi. Batalhas contra si próprio sempre são as mais preocupantes.
-Eu tenho que ir, preciso exorcizar uma senhora na cidade vizinha. – Lahja falou se levantando.
-Tentar você quer dizer... – Louhi corrigiu, se sentou com uma certa lerdeza, seu corpo estava pesado. – Exorcismo é uma ficção.
-Eu só espero poder lacrar o demônio e deixá-la voltar a sua vida normal. – Lahja falou com o olhar distante – Mesmo que aquilo fique preso dentro dela para sempre, não iria incomodá-la ou usá-la.
-Boa sorte. Se o corpo dela não aguentar você sabe o que acontece... – otimismo não era exatamente parte dos hábitos da garota.
-Eu tenho fé nas pessoas. – a mulher respondeu sorrindo – Eu sei que, todas têm pelo menos a chance de lutar contra seus próprios demônios. Eu sei que elas tem o potencial...
-E quando todas elas o usarem ao invés de esperarem os outros resolverem seus problemas, o mundo vai ser um lugar mais justo e iluminado. – Louhi falou sorrindo, mas não parecia feliz, também não parecia deboche – Acredite nisso por nós duas, Lahja.
-Claro. Cuide dela, Tapio. A mantenha longe das bazucas!
-Sim, senhora. – Tapio falou vendo Lahja partir, tão rápido quanto chegou.
Ficou olhando para Louhi sentada, os joelhos dobrados para o lado, os olhos às vezes no chão e às vezes no céu, parecia procurar alguma coisa. Todo o sentido da vida dela era matar demônios, mas odiava o fato de precisarem dela para fazer isso, de alguma forma aquilo era um jeito de odiar a si mesma e deixava Tapio preocupado com ela. Preocupado que talvez o mundo ideal de Louhi, fosse um mundo sem ela, ou até mesmo ele, visto que um mundo aonde não se precisa de assassinos de demônios, eles sequer existiriam.
-Casa? – Tapio sugeriu.
-Eu não consigo andar ainda... – Louhi falou mexendo debilmente as pernas.
-Pode deixar que eu te levo... – ele virou de costas pra ela – Vem...
-Sabe de uma coisa Tapio? – ela perguntou enquanto ele a levantava e começava a andar.
-O que?
-Se nós caçassemos coelhinhos, filhotes de cachorro, ou algo assim... Eu acho que talvez você não fosse um fracote. – Louhi falou sorrindo.
-É, eu seria o terror das nossas presas. – ele comentou de maneira sarcástica, não se sentia ofendido, mas... – Que conversa é essa?
-Só estava pensando que você não é fraco. – Louhi falou o segurando mais forte – Você só não é um monstro.

Um comentário:

Ceci disse...

mmmm e la vou eu conhecer novos tipos de monstros xD
Eu sabia que esse nome "troll" não me era estranho...
Mas então,antes mesmo da parte da bazuca,eu te mandei uma mensagem mas ai percebi que vc tava off =X
"[c=47][b][u]Ce[/u]ci*[/b] [/c=21] diz (16:19):
*lendo ainda e pensando pq sera q as vezes eu vejo na louhi vc lutando o.O*
[c=47][b][u]Ce[/u]ci*[/b] [/c=21] diz (16:20):
(nha comentei la..eu gostei..minha analise nao é tecnica ne,mas eu gostei ^^)"

Pois é,eu te acho SUPER parecida com ela em alguns momentos xD
Dps que vi uma bazuca no meio da coisa ai sim confirmei meu achismo aehauahauahau

Na verdade eu acho q os 2 são mtoo fortes,cada um no seu estilo,como ela msm disse no final,ele é mto forte...acho fofa essa coisa dele querer proteger ela e no final ela acabar salvando ele e dps não se enaltecer por isso^^

Essas histórias me ensinam um pouco desse mundo que eu ainda desconheço mto xD Por exemplo,aprendi o que é um Aku,e confesso que por mim sairia correndo pra ir comprar um no bazar aqui do lado se tivesse =X
Mais uma personagem com características fortes...mmm,capítulo interessante cheiooooo de ação e mais uma vez akele sentimentozinho que vai escapar e deixa aparecer só o rabinho xD

Gostei ;)

bjãoo