quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Depois da meia noite

Depois de deitar na cama,
Cobrindo o rosto com o lençol.
Depois de dormir séculos,
Mergulho em álcool e formol.


Não adianta embriagar mágoas,
Nem tentar desconstruir a solidão.
Seu rosto nunca mais vai ser,
Aquela imagem sem perdão.


Olhos vermelhos, lábios roxos.
Depois do último sino, toca-se
O último reflexo do ontem.
Depois da meia noite, nota-se...


As unhas cravadas no travesseiro,
Os lábios abertos soprando frio.
Depois da meia noite, veja pela janela
A última imagem de um corpo esguio.


Caindo como flutua,
Tocando como quem esquiva.
Escondendo, como nua
Imagem de um ídolo à deriva.


Deite-se, feche os olhos vermelhos,
Depois da meia noite, entre lençóis e espelhos.
Toca-se, nota-se... O que o dia não suporta.

Um comentário:

Ceci disse...

Bom,no começo eu penei um pouquinho pra tentar entender devido a profundidade do poema.Mas acho que cheguei a uma interpretação meio que "doida" =X

É como se vc estivesse descrevendo a madrugada da Madonna!O outro lado dela que mtos nao veem (alias,ate veem mas fingem q nao).Como se a máscara caísse...algo do tipo...
Muito bem bolado,mas se for outra coisa me corrija urgente!hehehehe

bjao mo!
(eu tinha mandado isso ontem e hj chego aki e nao vejo...postei d novo^^)