sábado, 22 de novembro de 2008

Banho de água fria...

2.
Já pensou? Já sabe? Decidiu? Qual seu desejo? O que você quer? O que você espera? Já sabe, Claudia? Não aguentava mais tantas perguntas, elas ficavam ecoando em seus ouvidos mesmo depois dela bater a porta na cara dele para que calasse a boca ou mandá-lo sair de perto, de alguma forma acabara numa armadilha ecoante. A casa dele. O lugar era enorme e cheio de objetos, quadros, instrumentos, entre outras coisas que dão status, mas não calor, se trancava no banheiro para ter um pouco de paz.
-AAAAH! O que você está fazendo?
-Você estava aí, é? – ele comentou com descaso depois de destrancar a porta e entrar com uma toalha jogada por cima do ombro.
-Por que você acha que a porta estava trancada!
-Já acabou? – ele perguntou encarando ela e jogando a toalha encima da pia.
-O que você está fazendo? – ela perguntou petrificada enquanto ele começava a tirar as roupas.
-Eu quero tomar banho.
-ESPERA EU SAIR PELO MENOS!
Ela gritou quase o atropelando e batendo a porta, será que ele não tinha o minimo senso de limites e cortesia? Claro que não. Vivendo naquele lugar sem contato humano só podia ser mesmo um completo idiota social. As aulas tinha acabado e um grande vazio se instalou em seu corpo, a incerteza do que fazer, continuar aprendendo, ganhar tempo consigo mesma, perder tempo por aí, trabalhar ou descansar, continuar ou recomeçar. Ela não sabia de nada, como fazer um pedido, um desejo, se não sabia o que queria?
-Idiota... – murmurou se jogando no sofá de cara na almofada.
Com o rosto enterrado na maciez e na escuridão Claudia quase encontrava um pouco de paz, mas dentro de sua cabeça podia ouvir o barulho de água correndo, sentir os olhos dele a encarando e seus lábios perguntando o que ela desejava. Ouviu um ranger de porta e apertou a almofada com força, poderia se sufocar daquele jeito, apesar de ser uma idéia idiota. Passos... Paz... Passos que levavam a paz embora.
-WILL! Cade você amorzinho? – que voz era aquela? Amorzinho? Tudo bem que ele era bonito, jovem e aparentemente rico, mas estava longe de ser um amor. – WILL! TEM ALGUÉM DESMAIADO NO SEU SOFÁ!
-Eu não desmaiei! – Claudia protestou se levantando, o rosto amassado e os cabelos bagunçados. – Para de gritar, ele está no chuveiro não vai ouvir...
-Que rostinho meigo! – era uma mulher loira, adulta e de formas genorosas, olhos incitantes de um verde pacaminoso e lábios vermelhos, usava um vestido justo e quase pulou em cima de Claudia para abraçá-la. – Qual seu nome, anjinho?
-Anjinho?
-Você é realmente diferente de quem eu costumo ver por aqui. Me chamo Beg, muito prazer.
-Nome estranho. Claudia... – a garota se apresentou, a outra a olhava como que fascinada por alguma coisa, devia ser tão maluca quanto o dono da casa. O que ela seria para ele?
-Então, meu anjo.... – ela falou se aproximando, por um momento Claudia achou que fosse ganhar um beijo dela – Qual seu desejo? Me conta...
-Beg, você vai assustar a menina...
-Olha quem fala seu nean... – ela não conseguiu acabar quando se virou ele estava ainda encharcado com a toalha amarrada na cintura, berrou e cobriu o rosto com a almofada como se fosse uma criança – SERÁ QUE É DIFICIL SE VESTIR!
-Que lindinha, ela é tão inocente! – Beg achou graça.
-Eu estou na minha casa, se eu quiser andar sem roupas eu ando.
Ele respondeu bruscamente andando até Beg que correu para abraçá-lo, Claudia apenas espiava por cima da almofada os dois tinham movimentos parecidos, casuais e graciosos. Por que eles ficavam tão bem juntos? Os abraços se encaixavam, mesmo com toques minimos, pareciam partes de uma mesma realidade que ela não conhecia, era como assistir duas correntes de vento se entrelaçando, uma pena que o resultado fosse um furacão. Um furacão em sua cabeça que virou para o outro lado, se sentia o patinho feio entre os cisnes.
-O que você quer afinal, Beg? – ele perguntou com a mão na cintura dela, por algum motivo ela tinha a mania de só falar com ele recostada em seu ombro, como que sendo consolada.
-Eu acabei de chegar depois de realizar os desejos mais sórdidos de um sujeito, eu me sinto tãããão suja! – ela resmungou o apertando.
-E desde quando isso é problema meu?
-Você é tão insensivel, irmãozinho! Devia cuidar melhor de mim, só eu te conheço tão bem e ainda assim te perdoo por ser insuportavelmente rude! – irmãozinho? Claudia sabia que era feio ouvir a conversa dos outros, mas eles que estavam falando alto do lado dela, então não era sua culpa.
-Você é a mais velha pode muito bem se cuidar.
-NUNCA LEMBRE UMA MULHER QUE ELA É MAIS VELHA SEU CRÁPULA!
-Que exagero, para de gritar...- ele falou tampando os ouvidos com as mãos.
-E você está fazendo seu trabalho? Um de cada vez? – ela perguntou lançando um olhar na direção de Claudia que sentiu algo esquentar sua nuca, estava falando dela?
-Claro. Mas eu não posso voltar a trabalhar até ela fazer mais dois desejos...
-Uma criança... – Beg sentou ao lado de Claudia no sofá a abraçando com um dos braços, sorria de maneira quase maternal e quase psicótica – Tão meiga, duvido que saiba aproveitar esses desejos como podia. Divirta-se, pequena Claudia, eu vou deixar vocês a sós, tenho trabalho pra fazer. Tchau tchauuu...
Ela deu um beijo forte na bochecha de Claudia, ficou a marca do batom vermelho em sua face que esquentou, por algum motivo aquele beijo fez seu rosto queimar, ficou assistindo a bela mulher sair andando dali, tão misteriosa e sem qualquer explicação, assim como entrou. Continuava deliberadamente olhando na direção oposta de Will, não queria ter que ficar vendo ele quase sem roupa, era constrangedor e não se sentia a vontade sozinha com ele daquele jeito.
-No que exatamente ela trabalha? – Claudia perguntou tentando quebrar o silêncio enervante.
-Ela dá prazer as pessoas mais maliciosas e dissimuladas que já pisaram na terra, garantindo a ida deles para o inferno. – Will respondeu, soltou um sorriso sacana ao notar a expressão da garota. – Você pensou uma prostituta, não foi?
-Vo-você q-que está d-d-dizendo que...
-Calma, meu anjinho... – ele falou fazendo carinho na cabeça dela com um olhar maldoso, seu toque era pesado, mas também era gentil. – Você não está muito errada de pensar isso...
-E você...?
-O que tem eu? – ele perguntou parando ereto.
-Você também...?
-Por que? Está interessada, meu anjinho? – ele perguntou se inclinando na direção dela, uma gota dos cabelos dele caiu em sua perna e um arrepio subiu como um choque pelo seu corpo.
-CLARO QUE NÃO, IDIOTA! – ela falou jogando a almofada nele e saindo correndo.
-Ela é tão temperamental... – ele falou jogando a almofada de volta no sofá, seus olhos brilharam com um sorriso, ele era paciente, estava sendo divertido esperar ela se decidir. Tão sensivel ao toque e as palavras, com reações tão fortes, fazia ele imaginar...

Um comentário:

Ceci disse...

Simpatizei com essa criatura chamada Claudia^^

E esse Will...bem...misterioso,tem akela coisa dos dois lados que nos deixa em duvida qnto a sua proxima atitude...caraca!La vem ela com essas historias q tem um q d misterio q so é revelado do meio pro final e qndo eu me empolgo mais:FIM.É,acaba a historia!nhaaaaaai nao vai fazer isso comigo hein Mo?xD

Ah!Tambem queria saber ao certo o q seria a irmã dele...pelo q percebi nao é bem uma prostituta...é algo diferente q eu nao sei =S

Ja da pra começar a notar mais ainda a meiguice e a inocencia de Claudia...o q faz eu fikar pensando se mesmo com essas caracteristicas,Will vai ter coragem d fazer algo com ela(se bem q ele parece nao fazer nada,ao contrario,quer q ela faça o pedido para ele realizar,mas enfim..nunca se sabe!)

neeeeeeext plse!*-*

;***