segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Enganação

3.
-Munya?
-Bem vindo! – a garota o saudou sentada na cama dele. Logo continou se levantando e caminhando até a porta – Beg mandou não esperar por ela, achei que devia avisar...
-E você decidiu me avisar aqui? – ele perguntou a segurando antes que saísse.
-O que foi?
-Você acha que eu vou te deixar sair assim tão fácil, brinquedinho?
-Will!
Você pode viver mais do que muitos, pode ser um daqueles sobre a morte e até mesmo entender as pessoas mais do que o normal, mas existe uma coisa que é universal, quando você está perto de alguém com quem você se importa é dificil raciocinar normalmente. Ele a chamava de Claudia as vezes, outras de Munya, parecia perdido entre um nome e outro e ela simplesmente sorria. Naquele momento não era diferente, ela sorrindo junto a cabeceira o afastou com as duas mãos.
-Eu devia te contar algo, Will. Mas eu tinha que esperar a hora certa... – ela falou se arrumando, por que parecia tão séria? Nunca o fora.
-Me contar algo.
-Foi muito divertido. Brinquedinho... – ela deu risada. – Mas eu não posso mais te enganar.
-Do que você está falando...? – é claro que ele parecia irritado.
-Não me leve a mal, só estou falando isso agora porque nos divertimos muito e eu preferia que você não tivesse mais problemas do que o necessário. – ela o empurrou contra a cama, seu sorriso estava diferente, um olhar tão sério. – Todo esse tempo foi meu prazer brincar com você, deixando você achar que brincava comigo... Alias, com a Claudia. Mas eu não sou ela...
-Quem é você?
-Eu sou o que eles chamam de mentirosa patológica, é natural para mim, por isso me escolheram para te enganar. Além de parecer muito com ela... – de fato ela parecia muito com a Claudia, até o enganara por todo aquele tempo, mas com aquele olhar sério e sorriso esperto, não podiam ser a mesma pessoa. – Você entendeu agora? Me mandaram aqui para ferrar você e eu fiz isso muito bem, não fiz?
-Posso saber por que? – ele perguntou a jogando para baixo e ficando por cima, ela deu risada de novo, aquela risada esperta. Não era do jeito que ele gostava.
-Você realmente gosta de ficar por cima. – ela comentou sorrindo de maneira divertida, levantou o rosto para ficar mais perto do dele. – Porque os chefes estão bravos com você. Sempre dando desejos demais, agindo como se tivesse uma vida, seu trabalho não é esse e antes que você decida que não precisa deles pra existir eles querem você morto. A Beg também é claro...
-Fique longe da minha irmã. – ele mandou até sentir ela jogá-lo da cama, quando ela ficou tão forte?
-Não se preocupe, meu trabalho é só você. – ela falou sorrindo, se ajoelhou perto dele lhe beijando o rosto. – Eu vou explicar, Will. Os chefes sabiam que você tinha um fraco por aquela garota, me mandaram no lugar dela sabendo que você ia fazer algo estúpido e você caiu direitinho.
-Aquele cara...?
-Eu podia ter parado ele quando quisesse, mas aí você não iria me salvar e ficar tão preocupado comigo, ia? – ela perguntou de maneira simplista. – Eu sou muito boa, você achou mesmo que eu estava com dor...
-Então é assim, tudo mentira... – ele falou virando o rosto, como não tinha percebido.
-Não, realmente foi um prazer muito grande te enganar, então pelo menos a parte em que eu estava feliz foi verdade. – Munya falou, parecia realmente gostar do que fazia, então por que parar agora? – Mas aí você começou a me chamar de Claudia, isso realmente tira minha atenção...E antes que eu comece a sentir cada toque seu eu decidi te contar.
-Medo de não resistir? – ele perguntou fazendo graça, ela pegou a mão dele e lhe mordiscou um dos dedos. – Diabos...
-Não, de me empolgar e acabar quebrando você em dois... – ela falou, parecia vidrada no que estava fazendo, depois deu risada. – É melhor eu me vestir, logo o chefe deve chegar para te matar. Mas você não ouviu de mim...
Ela levou o indicador aos lábios como quem pede segredo, ele não ficou ali muito mais tempo. Depois que vira aquele olhar sério e sorriso esperto o encanto se quebrou, seu cérebro voltou ao normal e ele entendeu tudo, desde Claudia, talvez até antes os chefes devem ter reparado que eles não eram exatamente candidatos a empregados do ano, Soner devia ter contado tudo sobre o garoto e Munya também. Provavelmente sua irmã já tinha morrido àquela altura, ouvira falar que eles podiam sim morrer e que os chefes tinham alguém que se livrava dos incômodos.
-Com licença, estou procurando uma mulher loira ela...
-Não se incomode, senhor. – era um garotinho interrompendo enquanto ele perguntava a um homem sobre sua irmã. – Era uma mulher muito bonita de olhos verdes? Eu a vi mais cedo!
-Viu?
-Sim, senhor. Quer que eu o leve até lá?
-Que garoto educado. – Will falou se abaixando com um sorriso – Prestativo e gentil, oferecendo ajuda a um estranho desse jeito, sem nem saber minhas intenções. E além de tudo andando por uma rua tão estranha no horário de aula.
-Muito observador. Parece que eu não tenho o dom de enganá-lo, devia ter nascido uma mulher... – Cian baixou a cabeça pensativo.
-Você deve ser um dos chefes, você não tem a mesma presença que outros de nós. – Will falou analisando a criança, ele não era nem um pouco comum. – O que você fez com a minha irmã?
-Nada que ela não tenha desejado, mas não fui eu... – um sorriso tão frio e desumano. – Foi Soner...
-Eu mato ele primeiro, então. – Will falou se afastando.
-Não precisa! Ele já está morto, senhor Will e eu já me livrei dos corpos. Agora pode vir comigo, sei que não posso enganá-lo, mas não há nada para você procurar mais... Exceto...
-Exceto? – Will se virou para encará-lo.
-A bela e inocente, Claudia, você a deixou em casa sozinha? Que cruel, abandonar uma criança...
Will sorriu por dentro e fingiu surpresa por fora, então os tão falados chefes não sabiam de tudo. Cian não sabia que Munya lhe contara que não era Claudia, ele não fazia idéia do que a garota planejava, mas pareceu lhe dar alguma vantagem até aquele ponto. Como poderia usar aquilo? O garoto ainda o encarava de maneira insistente, precisava pensar logo, não podia segurar a cara surpresa para sempre. Queria que Munya lê-se seus pensamentos agora: também foi um prazer brincar com você.
-Fique longe dela... – Will murmurou. – O que você quer?
-Que rude da minha parte. Sou Cian, responsável pela punição de incompetentes, desordeiros e inaptos como você e sua irmã. – o garoto se apresentou. – Eu vim especialmente para matar vocês e aquela garota, bem ela não serve... Soner me avisou que ela era um fracasso. Vou matar ela também.
-Matá-la?
-A menos que você venha comigo... – que sorriso era aquele que fazia Cian parecer tão maldoso, era como ver a versão mirim de si mesmo, chegava a ser engraçado.
-Não obrigado, faça com ela o que quiser... – Will falou dando as costas e continuando a caminhar.
-Você não se importa? – o garoto se irritou, parecia um ponto fraco. Não ter as coisas como planejou.
-Não, eu já cansei de brincar com aquela idiota.
-Mentiroso! Está duvidando de mim? Eu realmente...
-Cala a boca... – Will falou se virando para ele, olhos tão cruéis.
Cian não falou mais nada, torceu os punhos e espremeu as mãos ardendo de raiva, então teria que pensar em outra coisa. Cansou de brincar com ela? Podia ser um blefe, mas se fosse verdade talvez ele quisesse um brinquedo novo, não precisava cuidar disso pessoalmente daquele jeito. Aquele cara era muito irritante, não precisava gastar sua paciência com aquele tipo de gente.
-Teivel. Se o que ele quer é brincar, vá brincar com ele. – Cian mandou. – Faça ele morrer de rir ou prazer, não faz diferença, desde que ele morra. Veja se ele realmente cansou da garota antes, se não for verdade use ela para ele desejar morrer.
-Sem problemas...
-Teivel... – Cian chamou antes que ela sumisse. – Venha aqui...Mais perto... Abaixe... Olhe nos meus olhos...
-O que deseja mestre Cian? – ela peguntou o encarando.
-Minha querida Teivel, as vezes eu acho que você é a única que me entende. Não me desaponte... – ela a beijou brevemente, algumas pessoas na rua ficaram olhando, mas logo ele sumiu de vista assim como ela.

Um comentário:

Ceci disse...

Heyyy!Tomou legal hein Will?É...realmente seus personagens são mtoo surpreendente...uma hora el aé a ovelhinha sofredora e depois o lobo sedento por sangue!o.O

Ta,nao era sedento por sangue..mas digamos q por cumprir seu trabalho e da forma mais exemplar possivel...e eu que cheguei a acreditar na inocencia da criatura,tava ate com dó pensando q seria "claudia 2,o retorno" ou algo do tipo e bã!tdooo ao contrario hauehauahauah

Digamos q foi merecido e que agora o ser que eu queria ter em casa e dps me rovoltei nao so com ele mas com a besteira q eu disse...vai morrer!wow...vamos soltar o lado eskerdo vai:"bem feito" =P

ah,de qq forma,mortes sao triste..por mais q ele seja a peste,é uma parte da historia q morre mas q pode ressurgir das cinzas dando abertura pra novas entrelinhas e misterios ne?Tipo...vc poderia pensar em mais coisa e nao dar fim a ela xD
*sooonha ceci*

entao mo,como eu disse,vc leva jeito pra coisa...ta d parabens!
bjaoo
;**