sexta-feira, 24 de outubro de 2008

666 - the number of the beast

VI
Por um momento ele ficou preocupado, quando acordou ela não estava lá, mas logo a encontrou sentada no sofá da sala, com um olhar preocupado enquanto mordiscava as unhas, nem notou ele chegando até que tinha parado do seu lado. Ele a encarou por algum tempo, a pose estática que ela fazia, empurrou a mão dela para longe da boca, era um hábito ruim.
-Está tudo bem? – ele perguntou se sentando ao lado dela, encostou sua testa para ver se ela tinha febre ou algo assim.
-Foi tudo tão depressa, eu faltei no meu emprego ontem e...
-Eu já liguei pro seu chefe. – Lochan respondeu se levantando e indo preparar o café da manhã, ela se levantou atrás dele – Era só isso que estava te preocupando?
-Quando?
-Ontem de manhã, você não precisa mais trabalhar lá. – ele respondeu abrindo a geladeira e pegando algo gelado pra beber. – Você é minha agora, não quero nenhum neandertal te agarrando que nem...
-O seu amigo fez. – ela completou com um olhar soturno, desviou os olhos por um momento, abria e fechava a boca como quisesse dizer algo.
-Se tem algo pra dizer, diga logo... – ele falou fechando a porta da geladeira sem a menor delicadeza, seu olhar se estreitava naqueles momentos, era ameaçador.
-Obrigada por tudo, eu estou muito feliz mas... – ela puxava a barra da saia, claramente ela fazia isso quando estava insegura ou algo parecido. – Mas eu não quero ser sua bonequinha de luxo! Eu não... – ela estremeceu quando ele deu um passo pra frente. – Eu não quero ser só uma despesa na sua conta bancária.
-Você é minha. – ele afirmou a puxando pela cintura, o rosto sério. – E eu estou dizendo que não te quero mais trabalhando lá.
-Então é pra eu ficar em casa te esperando voltar todos dias, sem fazer nada? Lochan eu...
-Quieta. – ele falou a tirando do caminho enquanto pegava seu casaco. Ela ficou com os olhos baixos, mexendo na saia, ele ignorou completamente, perdera a fome. –Te vejo mais tarde e esqueça essa história de voltar praquele lugar. Está bem?
-Ta...
-Boa garota.
O dia no trabalho foi mais longo do que ele esperava, toda hora olhava para o relógio e passara bem menos tempo do que ele queria, seu secretário não aparecera tanto quanto de costume também. Ficava encarando uma folha de papel em branco, acabou imaginando que May devia se sentir solitária na casa sozinha, devia ter entendido aquilo mais cedo. Chamou seu secretário e o mandou ir comprar flores, o outro não entendia um chefe que a cada dia fazia um pedido tão diferente dos anteriores. Quando chegou em casa ela estava sentada de frente para a porta, levantou assim que ele chegou, estava arrumada como se tivesse saído.
-Bem vindo... – ela murmurou e seus olhos caíram no buquê de flores que ele carregava.
-Espero que goste de flores. – ele falou estendendo o buque para ela e lhe dando um beijo na testa – Está tudo bem?
-Eu estava te esperando. – ela falou abraçando o buquê, uma mistura de margaridas e uma outra florzinha que ela não conhecia. – Eu...
-Desculpe por hoje de manhã. – ele falou arrumando os cabelos dela como ela fazia, só um lado atrás da orelha.
-Não, me desculpe. – ela falou colocando o buquê de lado e abraçando ele, sentiu os dedos dela querendo se fincar nas suas costas. – Eu disse que queria ser só sua... Mas ainda assim eu... Desculpa.
-Tudo bem, deve ser solitário ficar aqui sozinha o dia todo. – ele falou a pegando no colo, May não pode evitar uma olhadela surpresa para ele, mas acabou sorrindo – Amanhã vou tirar o dia de folga. O que você quer fazer?
-Não tem problema?
-De que adianta ser o chefe se você não pode tirar folga quando bem entender? – ele perguntou encostando a testa na dela.
Eles não jantaram naquela noite, não, ele estava ocupado demais saboreando sua atividade favorita, quando acabou a sentia trêmula em seus braços. A deixou na cama enrolada nos lençóis e foi para a piscina, nada como nadar no meio da noite para se sentir vivo novamente. Ela o seguiu, sentou na borda da piscina o observando nadar de um lado para o outro, não parava até completar seu circuito, ajudava a esfriar a cabeça e colocar os pensamentos no lugar. No calor das emoções você tende a não saber exatamente o que pensar ou como, mas depois que elas esfriam é como assistir a neve se fixando depois da avalanche.
-Você nada bem... – ela murmurou com as mãos apoiando o rosto, parecia uma criança curiosa. Ele a ficou encarando, ela desviou o olhar sem jeito e junto os braços. – O que foi?
-Você quer voltar a estudar? Trabalhar? – ele perguntou diretamente, não gostava de floreios com assuntos sérios.
-Eu pensei que você...
-Quer ou não? – ele insistiu na pergunta impaciente.
-Se eu pudesse eu voltaria a estudar, eu nunca planejei ser garçonete, sabia? – ela falou com um sorriso constrangido.
-Então faça isso, os anos letivos nas faculdades vão começar em pouco mais de três meses você deve ter tempo pra arranjar algum lugar bom pra estudar. – ele chutou a borda da piscina voltou para o centro em nado costas. Ela tirou o vestido e pulou na piscina atrás dele, o pegou no meio do caminho e o abraçou.
-Obrigada.
-Eu não quero que você morra de tédio nem acabe virando um enfeite, minha bonequinha de luxo. – ele falou mordiscando o pescoço dela. – Mas eu vou te avisar... Nunca me deixe com ciúmes.

Um comentário:

Ceci disse...

"Não me deixe com ciúme."
Essa frase é o que me instiga a querer saber qo que pode acontecer...sim,May que me desculpe mas eu gostaria MTO de saber o que Lochan faria ou em que ele se transformaria qndo tomado pelo ciúme...o.O

Frasezinha poderosa viu?

Mas então,gostei desse gesto das flores,mostra q ai dentro nao tem so um buraco frio que é preenchido com prostitutas e prazeres da vida.Mããs não vamos elogiar mto pq capaz que logo logo ele me decepcione xD

Como vc ja sabe e eu nem preciso falar...*nanananananã o nanananã??*
=D

Bjãão
(adorei esse capitulo!)