sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sete vidas tem o gato...xD Ou eram nove? =X

VII

-Esse lugar não é meio exagerado pra um café da manhã? – May perguntou olhando o cardápio do restaurante, nunca poderia ter imaginado comida tão cara na sua vida.
-Você acaba se acostumando. Fiquei surpreso de ter gastado tão pouco aquele dia. – Lochan murmurou por trás do cardápio, depois virou pedindo ao garçom o que queria.
-Não é pouco... – May falou baixando o rosto. – Muita gente nem sonha com tanto dinheiro.
-Já que neste caso não é sonho e sim realidade, eu acho que você devia se acostumar.
-Mas parece tão fútil... – ela falou o olhando com receio, ele fechou o rosto. – Não que não seja tudo maravilhoso, é mas...
-Mas você tem uma alma humanitária. Se está tão preocupada com os miseráveis doe dinheiro pra caridade. – Lochan falou impaciente.
-Você acha isso estúpido?
-Não. Eu dôou milhões todos os anos, ajuda a abater impostos. – ele falou de maneira tão profissional que ela sentiu uma onda capitalista rodeando a mesa.
-Só por isso...?
-Está pensando que eu devia me importar? – ele tomou um gole de água que ficava na mesa a disposição. – May, pena é o sentimento mais inútil do mundo. Se as pessoas não sentissem pena, talvez deixassem suas emoções de lado e através de pensamentos lógicos começassem a resolver as coisas ao invés de chorar pelos problemas.
-Esse é um jeito frio de ver as coisas. – ela comentou ao mesmo tempo que agradecia ao garçom que acabara de chegar com os pratos. – Pena é uma prova de compaixão, sem compaixão ou outros sentimentos... Não seriamos diferentes de máquinas. Onde estaria a graça na vida?
-Não tenho problemas com sentimentos, só com pena que é inútil.
Ela não conseguiria convencê-lo nem em mil anos, estava muito desacostumada com aquele mundo dele que mal conhecia, tateava ao redor como uma cega tentando se encontrar, mas parecia em vão. Tudo era caro, apesar de para os sentimentalistas parecer sem valor, tudo era organizado e simples, sem a tontura das surpresas e emoções inesperadas. Ele vivia uma vida calculada, ele calculava tudo. O que era para ser um dia para eles passarem juntos se divertindo, parecia ter começado do jeito errado. Ela começava a mostrar detalhes que ele discordava, mas era uma boa garota e parecia entender depois que ele explicava.
-Lochan? É você? – era uma madame, roupas caras e brincos enormes. – Não acredito! Você não mudou nada...
-Desculpe, a conheço senhora? – ele perguntou desinteressado.
-Barbara. Steinholt. Não se lembra de mim? – o cabelo perdera o brilho e pequenas rugas lhe cresceram no rosto, mas lembrava dela.
-Deveria? – ele perguntou maldosamente, May começou a ajeitar a saia.
-Os anos não foram tão gentis comigo quanto com você, mas... Sempre me perguntei onde estaria e com quem... – ela falou de maneira passional, olhava para May com certa inveja.
-Não devia, não é da sua conta. – ele respondeu tomando sua bebida. Ela saiu com passos apressados de perto, o salto fazendo um barulho irritante e lágrimas lhe caçando as órbitas dos olhos.
-Lochan!
-Pois não? – ele falou levantando o rosto com um sorriso, o rosto de May mostrava pena, isso não era bom. Ele odiava pena, sentimento inutil.
-Você não precisava ser tão frio com ela. Ela parecia gostar muito de você... – May comentou olhando a mulher que partia.
-Quer que eu seja gentil? A abrace e console? Convide para jantar?
-Não é nada disso, Lochan. – May falou desviando os olhos, ele parecia caçá-la com o olhar, espreitá-la esperando que ela deixasse a jugular exposta para ele abater.
-Então o que é, May? – o olhar verde dele perfurava e aquilo doía. – Se quiser posso deixá-la feliz, lhe dar sensações que ela nunca vai esquecer. Espere, já fiz isso... O que é, May?
-Ser educado. Pessoas rudes não são nada atraentes, você mesmo me mostrou isso, não foi Lochan? – ela ignorou os comentários sobre o passado dele, não importava.
-Argumento aceito. Porém... – ele puxou a mão dela, entrelaçaram os dedos, o olhar dele se perdeu por um momento. – Eu não tenho intenção de parecer atraente para outra mulher, então se acostume... Se você quer meu lado gentil, vai tê-lo. Mas só você... Entendeu?
-Lochan...
-Não tente me mudar, May. Eu gosto das coisas do meu jeito... – ele falava sério, mas ela não teve medo daquela vez, porque ele lhe ofereceu seu melhor lado e para ninguém mais.
-Que jeito você quer que eu tenha então? – ela perguntou se inclinando na direção dele, um olhar tão obediente e obstinado.
-Nós vamos chegar lá, aos poucos... – ele puxou a mão dela e lhe beijou o pulso, depois lhe mordiscou. – Eu gosto de saborear aos poucos...

Um comentário:

Ceci disse...

"Se você quer meu lado gentil, vai tê-lo. Mas só você... Entendeu?"

Owwwn..que bonitinho...na verdade isso foi meio friamente quente o.O
não sei explicar mas digamos que ele soube mostrar esse lado mais "humano" dele.

Digamos que ele está mtoo ligado a ela e que mesmo ela mostrando essas qualidades [que pra ele podem parecer defeitos],ele não irá se desfazer tão cedo dessa "bonequinha de luxo",se é que um dia o fará...espero que não,mas que tbm...AH NÃO!Não posso falar nem dar nenhuma sugestão pq vc é a dona da história e vc vai dar um ruma a vida dessas pessoinhas hehehe^^

seven days...seven chapters xD

bjão