sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Oito ou Oitenta...

VIII

O tempo passara num embalo diferente, aos poucos ia conhecendo mais e enquanto ela dormia escrevia tudo, fazia seus exercicios, ia trabalhar e ela virava parte de seu cotidiano. Mas não era fácil, ele não conseguia evitar procurar defeitos, depois de tantos anos acostumados com o inaceitável, agora que achara o aceitável era dificil acreditar, começou a pensar que era questão de tempo até que acabasse descobrindo que se enganou. Mas duas semanas depois ela ainda estava em casa e ele em seu escritório pensava se voltava mais cedo ou mais tarde. Acabou decidindo chegar mais cedo, de surpresa, mas quem ganhou a surpresa foi ele. Na entrada da casa recostados no carro May e Fred, dando risada e conversando de maneira descontraída.
-Boa tarde, senhor Lochan. Chegou cedo... – Fred cumprimentou.
-Tarde. Acabaram de chegar? – ele perguntou retirando o casaco, antes de tirar o casaco ele guardava o ar profissional e frio do mundo capitalista, May sempre o achava um tanto quanto frigido antes de tirar o casaco.
-Não, levei a senhorita May para comprar uma roupa de banho, mas acabamos conversando e perdemos a hora aqui. Com sua licença, já vou indo, senhor. – Fred se despediu, May foi até Lochan para o abraçar, mas ele desviou e passou reto.
-Lochan... – ela o seguiu para dentro de casa. – Algo errado no trabalho?
-Não. – teve vontade de perguntar se o motorista a achou bonita em sua nova roupa de banho, mas conteve a malicia dentro de seus lábios.
-Eu fiz algo errado? – ela perguntou colocando a sacola de compras sobre a mesa e o encarando em busca de uma explicação.
-Você lembra de quanto eu falei: até as últimas consequências? – ela simplesmente meneou a cabeça que se lembrava – E na piscina, você lembra? O que você nunca deve fazer...
-Do que você está falando?
-Não diga que não lembra. – ele tirou a camisa em seguida, a empurrou na parede a encarando, aquele olhar maldoso, mas sem o sorriso. – Eu estava olhando assim pra você, não lembra?
-Me desculpa...
-Pelo que? – ele perguntou a pressionando contra a parede, não com força o bastante para marcá-la o machucá-la, mas pelo simples prazer sádico de prensá-la até suas memórias sairem, como suco de uma laranja. – Como você pode pedir desculpas sem saber pelo que pedir? Me fala, May. Desculpa pelo que?
-Eu não sei... – ela falou cobrindo o rosto, não queria ver aquele olhar devorador para ela.
-Não precisa ter medo, eu prometi que aquela era a primeira e última vez que eu ia te machucar, então eu não vou te bater. – ele levantou o rosto dela com uma mão enquanto segurava as mãos dela longe com a outra, ela lembrou daquele dia quando chegara das compras. Então era isso que ele tinha prometido? – Eu não vou nem tocar em você até você lembrar...
-Lochan... – ela tentou segurar ele, mas ele empurrou suas mãos se afastando, era a primeira vez desde que o conhecera que ele a fazia chorar. Não estava acostumada com aquilo, lágrimas escorrendo.
Só tinha um problema em não tocar ela, depois de tantas décadas seu estilo de vida podia ser considerado ninfomaniaco, mas não ia tocá-la. Não até ela lembrar, ai podia pedir desculpas e implorar, mas não antes disso, tinha que arranjar outro jeito de se distrair. Fora tão gentil, mas agora era hora dela entender que sua gentileza tinha condições e limites, sua bondade está intrinsecamente ligada as ações dela e reações dele. Até gastara tempo com uma mulher descartável e sem qualidade na primeira noite, só para se cansar e não a machucar muito, tão atencioso e preocupado.
-Se não tem nada a dizer não fique me observando. – ele falou para May que estava de pé na entrada da sala o olhando no sofá lendo o jornal.
-Eu... – ela murmurou num quase soluço, foi andando com passos lentos como quem vai pra forca, ele observou apaticamente aqueles movimentos deprimentes. – Eu faço qualquer coisa, mas por favor... Não me odeie.
-Eu devia sentir pena agora? – ele perguntou olhando para o rosto pálido dela. – Eu não sinto pena esqueceu? Eu ODEIO pena. – por que ele tinha olhos tão maldosos?
-Não... Eu só não quero que você sinta raiva de mim... – ela falou se ajoelhando na frente dele, os cabelos meio bagunçados, provavelmente de tanto ela mexer neles.
-Então você já lembrou? – ele perguntou baixando o jornal, ela fez que não com os olhos, voltou a erguer o jornal cobrindo seu rosto – Então pare com esse teatro e vá dormir, quem sabe o que lhe falta é sono.
-Por que você não me diz? – ela perguntou se levantando e indo na direção dele com as mãos.
-Não! – ele gritou abaixando o jornal de uma vez. – E não me toque, ou eu vou fazer você se arrepender.
-Lochan... – ela recolheu as mãos, os olhos vermelhos de lágrimas. Vermelho caía muito mal nela, não estava gostando daquela visão.
-Não me incomode mais com isso e não tente me fazer voltar atrás. Nem me toque a menos que eu a toque primeiro.– ele se levantou, pegou as chaves do carro e o casaco na entrada.
-Aonde você vai?
-Eu conheço algumas mulheres, que lembram dos meus gostos e desgostos. Se bem me lembro elas têm as noites livres, pelo menos pra mim... – ele sorriu, um sorriso maldoso e ela sabia exatamente o que ele significava – Não me espere acordada, querida.

Um comentário:

Ceci disse...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH EU VOU MATAR ESSE LOCHAN!>.<
Sorry começar u comentário dessa forma,mas po,precisava ser assim por uma simples tarde descontraída?Se ele tem medo de ser erh..bem..não vou usar esses termos aki,mas se ele tem medo de ser traído pq não confa mais no próprio taco?Isso é algum tipo de disturbio ou algo do tipo??Não,pq só pode...dps desse atake ridículo que ele teve e q descontou tdo na pobre May eu simplesmente retiro o que eu disse,não quero mais ver as consequencias e se eu pudesse eu ia la falar umas poucas eboa spra ela >.< Ta,poderia não adiantar mto mas eu poderia dizer q tenteii...afee Mo,suas historias me fazem entrar nelas e tipo,olha eu aki digitando tdo errado,escrevendo na furia e odiando MTO essa criatura maligna!
Mew,se ele não tem alegria,pq não deixar ela ter ja q ele sente q ela é tão especial pra ele?[ta,ele nao disse isso mas atraves d atitudes percebe-se mtas coisas].

Eu não sei o que ele vai fazer qndo voltar,se vai dar mais um buke pra ela,se vai se mostrar arrependido ou qq outra coisa...mas to achando mto dificil isso vindo dele,ta mais pra May ir correndo atras dele se desculpar por estar conversando com o motorista numa bela tarde O.O
Não me conformo,se ela fizer isso...bem,não posso condená-la nem julgá-la,mas não teria um quê de submissão ai não?=P
Tá,ela se sente ligada a ele,tem um vinculo e tdo mais...so q...q...ta,parei!
Vamos ver a continuação de tdo pra ver onde é que vai dar :@

Aguardo ansiosa,ops!Aguardo nada!Ja tem um capitulo quentinho me esperando hahahaha

bjão Mo!
apesar da raiva que senti dele...continuo achando que vc escreve MTO bem
;**