sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ninetails...

IX
Vermelho caía tão mal nela que ele não quis voltar enquanto ela estivesse daquele jeito, dormiu fora de sua própria casa naquela noite, mas não dormiu muito bem. Por que tudo aquilo? Fora um exagero de sua parte talvez, mas a reação também fora exagero dela, ele podia fazer muito pior. Quando chegou de manhã e estacionou seu carro Fred estava estacionado na entrada, apoiado no carro, mas sem May parar rir com ele dessa vez.
-Bom dia, senhor Lochan. – cumprimentou – Não tem ninguém em casa? Toquei a campainha, mas ninguém respondeu comecei a ficar preocupado.
-May deve estar no banho... – Foi tudo que ele falou enquanto girava a cabeça no pescoço, o colchão no qual dormira era ruim. Queria um banho também. – Não vamos precisar de você hoje, Fred. Tire o dia de folga.
-Sim, senhor...
Ela não estava no banho, mas estava com os cabelos molhados, sentada no sofa encolhida olhando para o nada, as olheiras indicavam que ela não domira naquela noite. Por algum motivo sádico ele sorriu enquanto se aproximava, mas ela não se mexeu nem virou para olhar ele, começou a falar quase como um gravador, a voz não tinha o tom vívido e animado da May de sempre. Ela tivera uma noite dificil, dava pra ver perfeitamente e ele entendia apesar de não sentir nada em particular.
-Ciúmes nunca, eu lembrei. – ela falou abraçando as próprias pernas, o queixo nos joelhos como um bebê encolhido – Eu lembrei depois que você foi embora...
-Ciúmes é algo muito ruim, sentir algo assim do Fred é pior ainda. – ele falou sentando ao lado dela, o alegrava ela ter lembrado, se ela o tivesse feito antes não teria tido uma noite tão ruim – Me irrita você nunca ter conversado tão feliz comigo...
-Me desculpe... – ela falou se encolhendo ainda mais.
-Shhhh... – ele falou abraçando ela como quem conforta uma criança – Está tudo bem agora, eu odeio quando você chora.
-Eu não choro mais. – ela prometeu abraçando ele.
-Boa garota. Vermelho não é mesmo a sua cor... – ele pegou ela no colo, ela sempre foi tão leve? Tão frágil... Sim ela era. – Vai pegar um resfriado com o cabelo assim, eu seco ele pra você.
-Lochan...
-Pode falar, May... – ele falou com a voz tranquilizadora enquanto carregava ela.
-Eu não... Eu não quero mais te deixar bravo, eu te amo muito...
-Eu sei.
Ela estava mesmo muito nervosa, ficou consolando ela por um bom tempo até que ela pegasse no sono, precisava descansar para se recuperar. Tomou um banho demorado e quando voltou para o quarto a viu encolhida agarrada nos lençóis com força: queria tanto assim ele? Sorriu e a deixou dormir mais um pouco, ela devia estar com fome quando acordasse, ia cozinhar algo para ela. Ele era um cara compreensivo, agora que estava tudo resolvido podia ficar no passado, separou e preparou os ingredientes e depois começou a fazer o café-almoço. Ouviu os passos apressados e notou o rosto de alivio de May ao vê-lo arrumando a comida nos pratos.
-Achou que eu tinha sumido? – ele perguntou rindo.
-Senti sua falta na cama. – ela falou indo até ele e o abraçando apertado.
-Está com fome?
-Hunhum... – ela concordou sonoramente se sentando. – Não vai trabalhar hoje?
-Não. Eu vou levar você para assistir uma peça de teatro. – ele falou com um sorriso.
-Qual? – ela perguntou provando a comida.
-Otelo. – ela quase engasgou, ouvira falar da peça. – Está ruim?
-Não! Está uma delicia. – ela falou sorrindo. – Muito obrigada...
-Se preferir podemos ver outra coisa... – ele falou com um sorriso maldoso, seus olhos brilhavam.
-Não. Eu sempre quis ver alguma peça de shakespeare...
-Os fins tendem a ser trágicos, mas é um mal dos românticos. – ele falou se levantando, parou atrás dela lhe massageando os ombros – Amor tão imenso e intenso, consequências cruéis. Me diz, May.
-O que?
-Você acha que há vida depois do amor? – ele perguntou sério a abraçando.
-Lochan... – ela tremeu nos braços dele.
-Estou te assustando? – ele perguntou a apertando um pouco mais.
-Não, eu só acho... que não há vida sem amor. Enquanto...
-Enquanto?
-Enquanto você me amar... – ela falou virando o rosto para encará-lo, olhos lacrimaqueados, mas não estavam vermelhos, era lindo. – Eu vou viver pra você...
-Gostei disso. – ela estava tão perdoada.
Ajudou ela a escolher o vestido, um que só ia até os joelhos, tudo friamente calculado e os sapatos combinando, fez ela prender o cabelo para trás, queria o pescoço livre, queria ver o sangue dela pulsando pelas artérias. Tirou uma caixa de seu casaco, um colocar de ouro com um pingente simples de flor com uma pedra preciosa no meio, ela sorriu e agradeceu, eles conversaram durante o caminho, tudo parecia de volta ao normal, mas aquele sorriso maldoso persistia em seu rosto.
-May, você nunca cora quando fica constrangida? – ele perguntou a acompanhando para fora do carro.
-Não que eu saiba, talvez se for algo muito constragedor. Por que? – ela perguntou apertando as alças da bolsa, outra mania dela.
-Eu queria testar isso. – ela encolheu os ombros, ele apenas deu risada. – Não é melhor? Assim eu sei quando parar pra você não ficar com aquela cor horrivel...
-Lochan...

Um comentário:

Ceci disse...

"fez ela prender o cabelo para trás, queria o pescoço livre, queria ver o sangue dela pulsando pelas artérias."
Confesso que aki pensei que seria um indício de que ele é um vampiro...mas ai vc cortou meu barato dizendo pra eu não viajar xD
Pensei q ele era um touro,mas deixa pra la pq é mtoo mico postar isso aki ahauahauah mas pq então ele não suporta vermelho??Eis que aparece a ex esposa dele..é,ela msm o motivo de tdo.


Mas então..o que vai acontecer nessa peça?E dps?
Bem vamos ver nos proximos capitulos q alias...bem,nao vou contar ate qual q vai xD
Mas agora vou pro poema tao comentado!

bjãoo e bom debate^^