sexta-feira, 24 de outubro de 2008

X mandamentos

O camarote era apenas deles e todos os outros estavam vazios àquela hora, o resto da platéia estava lá embaixo nos lugares mais baratos, ele fizera aquilo de propósito. Ela parecia animada, nem chegara a metade do primeiro ato e estava inclinada na ponta de sua poltrona com os olhos brilhando para o palco, ela ficava bonita naquela escuridão onde só ele podia vê-la. Seu gênio maligno fez um de seus braços a puxar pela cintura para seu colo, o outro lhe tampou a boca enquanto ela emitia alguém som de dúvida com o qual ele já se acostumara.
-Shhh... O som se propaga fácil aqui... – era um sussurro no ouvido dela, suas mãos se moviam, finalmente ela entendeu o motivo dele escolher aquela roupa. Dissimulado.
-Lochan... – a mão dele deixou seus lábios, estava ocupada, mas as duas dela foram quase num tapa cobrindo sua boca para conter uma exclamação que veio do fundo de sua garganta.
-Cuidado se não vão te ouvir... – ele falou sorrindo, aquele sorriso demôniaco queimava a nuca dela entre beijos.
-Por que? – ela perguntou sentindo a pulsação aumentar, olhava para os lados e o fato de ninguém estar num lugar propicio a observação não a confortava. – Aqui...
-Eu falei, eu quero testar... – ele falou pausadamente, de alguma forma tinha conseguido dessamarrar a parte de trás do vestido dela com os dentes – Não está gostando? Se não estiver eu paro... – ele livrou um dos braços, a abraçou diferente puxando as mãos dela para que não cobrisse a boca. – E então?
-Lo... – ela morde os lábios com força, mas uma nota escapou entre seus dentes, a respiração completamente descompassada. Tentava prender aqueles sons que teimavam em querer fugir de sua garganta. – Aqui não é...
-Eu já falei, é só dizer que não está gostando que eu paro...
Demônio, sabia que ela não ia dizer, sabia que ela estava gostando apesar do constrangimento e do medo. Pobrezinha, não devia ser fácil ficar quieta. E o que acontecia quando os atores calavam seus clamores? Nessas horas qualquer mínimo som chamava atenção, mas ele não parecia se importar. E quando acabasse o primeiro ato? Quando as luzes acendessem, quando... Os olhos dela já tinham perdido o foco.
-Lochan... – era um chamado fraco no ouvido dele, o pescoço exposto e os olhos no teto.
-Tão quente... – ele murmurou a apertando mais perto, sentia as mãos dela em sua nuca, não sabia se o estava apertando ou acariciando, mas não ligava. A pele dela estava queimando, ela não conseguia mais conter os lábios fechados, espiou o rosto dela. – Boa garota...
-Eu...
-Shhhh... o primeiro ato já fai acabar... – ele avisou acariciando o rosto dela, a confortou por um momento deixando ela se acalmar em seus braços. O rosto não ficara corado, nem um pouco apesar de estar tão quente, ele deu risada. – Sua pervertida.
-Você que... – ela começou a falar, mas ele lhe cobriu os lábios com um beijo.
-É, eu também. – ele respondeu bem humorado fechando as costas do vestido dela sem pressa alguma. – Melhor se arrumar antes de ligarem as luzes.
-Isso foi cruel... – ela falou baixando os olhos constrangida.
-Não faça uma cara tão bonita, eu vou querer começar de novo... – a volta do sorriso demôniaco para aqueles lábios a fez se encolher.
-Por favor, não. – ela pediu olhando o fim do primeiro ato.
-Está bem. – ele concordou beijando o ombro dela.
Ela adorou a peça, pelo menos a parte que conseguiu assistir, parecia embriagada e ter esquecido completamente qualquer constrangimento ou maus momentos pelos quais passou. Ele a manteve perto, no alcance as suas mãos e até evitava trocar de marcha para pode continuar segurando ela entre seus dedos, a levaria para jantar fora sem pensar duas vezes em tomar o melhor vinho que tivessem. Queria comemorar de algum jeito, estava feliz pela cor vermelha não se apresentar. Feliz porque diferente da prostituta que por tudo corava com fingido pudor, ela não.
-Está tudo bem? – ela perguntou apertando a mão dele que olhava perdido o vinho tinto, lembranças ruins o tragavam.
-Estou com fome. – ele murmurou pondo a taça de lado.
-Mas acabou de jantar... – ela falou olhando ao redor e abrindo os lábios como se fosse chamar o garçom, ele puxou-a pela mão com força e ela o encarou assustada.
-Quem disse que é essa fome que eu estou falando? – os olhos dele brilharam como os de um predador.
-Você nunca fica satisfeito? – ela perguntou baixando os olhos.
-Não com pouco. – a resposta seguiu-se de uma mordiscada no pulso dela. – Vem comigo...
-Aonde?
-Eles tem um mirante lindo aqui. – ele falou a puxando pela mão.
-O que você está pensando em fazer, Lochan?
-Por que você faz perguntas quando já sabe a resposta? – ele rebateu a pergunta a puxando pela cintura para mais perto.
-Mas alguém pode... – ela falou olhando para os lados enquanto subia as escadas e atravessava a porta de vidro.
-Não é emocionante?

Um comentário:

Ceci disse...

Então tá né? =X
hauahauahaauha ai Mo...como vou comentar esse capítulo?Bem...digamos que Lochan gosta de perigo e coisas proibidas...ja May gosta tbm SIM [e não venha me dizer que não ¬¬] e enfim,os dois se dão bem e o controle parece não existir pra ele,ja pra ela por mais que pareça existir da pra ver que é bem pouco e está se perdendo aos poucos devido a algumas atitudes de Lochan,ali descritas ^^

Entonces né?Capítulo mtoo bem escrito como os outros,porém com uma riqueza de detalhes mto grande...o que acrescenta somente coisas boas em seu estilo de escrita,Mo^^

Adorei como sempre mããs como eu disse:VAI TER VOLTA!>.<
hauahauaahauah

bjãoo
ps:acabo de lembrar que em um dos meus comentários eu colokei algo do tipo:"quero só ver o que vai acontecer depois ja na peça".
Não coloco mais meus desejos aki =X