domingo, 7 de setembro de 2008

Final

Último capítulo, um final sem final, mas é assim mesmo. Eu queria dar um fim para o Korone, mas ainda não consegui pensar num closure pra ele o que acabou deixando as coisas desse jeito, o Ângelo e a Beau ficaram no limbo também, provavelmente fazendo alguma coisa indecente...xD Então vamos lá...

17. Controle

Quanto tempo havia se passado? Quantas semanas, quantos meses, sem que nada parecesse fora do lugar, mas então chegava o fim do ano e todos agiam como se o mundo fosse acabar e começar de novo. Mas tudo era sempre a mesma coisa, tudo continuava igual e comum, transcorrendo naturalmente tão claro quanto um rio de água pura. A porta que levava para a varanda estava aberta, deixava entrar o vento norte junto com as últimas luzes do sol poente, as mãos apertavam os lençóis e os olhos enxergavam tudo em formas diferentes do que se acostumara, respirar era difícil, mais difícil ainda ouvir alguma coisa que não seu coração batendo.
-A... zure... – estava tentando falar fazia algum tempo, mas sempre que tentava dizer algo ele lhe cobria os lábios com beijos. – Noi...te...
-Eu avisei pra você não avisei? Antes das aulas acabarem... – ele sorriu recostando a testa na dela, segurando seus braços, sentia a pele dela ferver sob a sua. Quanto tempo havia se passado? Quantas esperas? – Eu não vou mais te deixar fugir...
-Azure...
E não deixou mesmo, a cada segundo que passava era uma luz a menos atravessando a varanda até o quarto, engolia em seco e virava o rosto para não ver o sangue corrente sob a pele dele. Uma mistura de satisfação com desespero, mordeu os próprios lábios com tanta força que acabou fazendo um pequeno corte que tingiu seus lábios, um som saindo do fundo da garganta enquanto todo controle que tinha era retorcido e empurrado pelo vento pra algum lugar longínquo. Ergueu o rosto, os lábios vermelhos, as presas a mostra na escuridão a procura de lábios que pudesse cortar, a procura de sangue que pudesse beber. Quanto tempo havia passado? Não conseguia mais esperar, não conseguia se controlar. Cravou os dentes com gosto, cortando lábios macios, os olhos fechados no deleite do momento, apenas algum tempo depois conseguiu abrir os olhos recuperando um pouco da razão, não era o rosto de Azure que lhe olhava por trás do beijo ensanguentado, Azure estava com a cabeça deitada em seu peito, o momento congelou pra depois começar a rodar mais uma vez.
-O que está tentando fazer? Matar seu namorado? – Korone perguntou com um olhar maldoso, Mika deu um grito se jogando contra a cama novamente. Azure se levantou soltando um suspiro profundo. – Desculpe interromper numa hora tão importante, Azure.
-O que você está fazendo aqui? – Azure perguntou irritado, será que só ela estava extremamente envergonhada quase explodindo de tão vermelha? Mas por outro lado ela sentiu um enorme alivio, Korone sempre aparecia na hora certa/errada.
-Eu vim me despedir, vou numa viajem de formatura. Pra ser honesto nem esperava um beijo de despedida tão bom. – ele riu a deixando vermelha de vergonha e Azure púrpura de raiva.
-Viajem? – Ela se sentou na cama, Azure parecia começar a se conformar que o momento tinha se perdido, por outro lado se exaltava com a visão de que aquele inconveniente iria sumir por algum tempo, meses atrás ele fez as pazes com ela e a intromissão de Korone era tão natural que o irritava.
-Boa viajem... – Azure desejou apesar de no fundo Korone saber que ele queria dizer, vá pro inferno.
-Mas...
Ela tinha pensado em dizer várias coisas, coisas como você não pode ir ou então por que não vamos todos? Ter Korone por perto era muito confortável uma vez que não precisava se preocupar com comida, sem falar que eram amigos e olhando para Azure sentindo seus lábios ainda encharcados de sangue imaginava o que podia acontecer se Korone não estivesse por ali.
-Não se preocupe, eu não vou matar ninguém nas férias. – Korone falou fazendo cafuné na cabeça de Mika, a verdade é que as preocupações dela não tinham nada a ver com o que ele ia fazer e sim o que ia acontecer com ela mesma, vampiros egocêntricos. Depois se virou para Azure – Boa sorte!
-Korone! – mas ele não respondeu o chamado dela, simplesmente vôou pela janela. Mika baixou os olhos, o rosto corado numa mistura de vergonha e desolação.
-Mika... – Azure a chamou acariciando sua mão.
-Eu não posso fazer isso...
Eram as palavras que ele temera todo aquele tempo que ficara junto dela, um murmúrio triste e definitivo de alguém que tem certeza de algo, mesmo que não gostasse desse algo. Ele a abraçou, mas ela não retribuiu o abraço, o calor do corpo dela foi baixando até se tornar um soluço gelado. Ele queria falar alguma coisa, mas não conseguia pensar no que falar. Se sentia rebaixada, ela só pensava nela mesma, até mesmo Korone que falava de si com pompa pensava nos outros, ela não pensou até agora. Ia sentir sede, ele não ia estar lá, apenas Azure. Não podia fazer aquilo.
-Eu não posso sem o Korone aqui. – ela falou segurando as lágrimas, seus olhos vermelhos brilhavam na escuridão.
-Eu estou aqui, Mika. Será que só eu não sou o bastante pra você? – Azure perguntou com uma pontada de inveja.
-É justamente por isso! – Ela respondeu o afastando, ele ainda não se acostumara em como ela ficava forte quando a noite caía – É justamente por você estar aqui. Eu não quero mais nada, só você mais e mais...
-Então fica comigo. – ele falava sério, mas esse não era o problema. O problema era aquele olhar suicida digno de qualquer piloto kamikaze, ela queria pensar nele, queria evitar machucar ele.
-Eu fico e quanto mais eu fico, mais eu quero nunca mais ir embora. Até que os meus sentidos se perdem. – ela se aproximou do rosto dele com um sorriso de presas grandes, um arrepio subiu pela coluna. – E então eu perco o controle.
Ela o derrubou, o segurando como ele fizera até um tempo atrás, ele sentiu na pele como era estar indefeso e preso sob a vontade de outra pessoa. A mistura de desespero com satisfação, os sentidos que giravam num redemoinho que parecia querer afogá-lo. Ele não conseguia se soltar, por mais força que fizesse a dela era maior, o teto parecia estar girando e as luzes dos carros que passavam na rua apenas o faziam achar que tinha provado alguma droga. Horas depois ele ainda não teria se recuperado, nenhum corte sobre sua pele, mas aquela estranha sensação de paz o lembrava que a guerra era inevitável.
-Eu não confio em mim quando eu estou com você, Azure... – ela murmurou deitada sobre o peito dele, a respiração fraca como de quem está prestes a adormecer, dois olhos âmbar na escuridão.
-Você não pode controlar tudo, Mika. Eu não vou a lugar nenhum...
-Você vai se arrepender disso um dia.
-Mas hoje não.- – um dia, um dia qualquer que ainda não chegou e ele não fazia idéia de quando iria chegar.

Um comentário:

Ceci disse...

Não gostei!
É...mas vou explicar do que não gostei:NÃO GOSTEI QUE ACABOU! T.T

Ahh...tdo bem,não é uma epopéia como vc me disse xD Maaaas poxa,tava tão divertido!Tdo bem,chega de chorumelas (eu não falei issooo =p)e vamos aos comentários.

Primeiro:que situação q a Mika ficou!Mas tinha que ter esse "quê" de confusão no último capítulo né?
Dói falar "último capítulo" poouxa x}

Achei que vc não poderia ter tomado decisão mais sábia qnto ao destino do Korone...pois ao msm tempo que dava vontade q ele morresse pelo seu lado "mau garoto" de ser,simultâneamente o outro lado mostrava a criança rejeitada que ele foi,explicando suas atitudes não mto aceitas até então.Essa mescla de bem e mal me deixou confusa qnt ao destino dele,mas ai vc foi lá e soube equilibrar tdo,nem o matando nem fazendo com que ele se desse bem 100%.

Por enquanto Azure e Mika terão "paz"...mas quem sabe numa futura continuação,o Korone não volte?Bom...não vou sugerir nada além dele voltar [ou não] pois confio nos destinos que vc cria^^

E esse final hein?My gosh...vc disse q cavou,cavou,cavou e cavou e eu concordo xD Além de profundo,ficou mto bonito...

"Você vai se arrepender disso um dia.
-Mas hoje não.- – um dia, um dia qualquer que ainda não chegou e ele não fazia idéia de quando iria chegar."

Creio que não teria parte melhor para encerrar do que esta.Com essa última frase do Azure vc encerra com chave de ouro pq consegue demonstrar mais uma vez o sentimento verdadeiro que o garoto sente por ela.É algo do tipo "nada meloso,porém concreto e forte".Bem,não sei se me entendeu,mas resumindo:vc conseguiu terminar a história deixando akele "gostinho de quero mais" x}

Pouts!Não posso encerrar aqui antes de agradecer mais uma vez por ter me citado nos agradecimentos e por ter dado tanto valor a minha opinião =)

Me diverti,me empolguei,queria sempre mais e isso ficou bem claro né?A ponto de vc se sentir ameaçada de morte qndo não postava o próximo capítulo hauaahauahu ^^

Bom,parabééééns e pode ter certeza que esse projeto vai dar MTO certo,pode acreditar!

bjão
;**