domingo, 14 de setembro de 2008

Noite de Lua: Cuidado


-Se você tomar esse antialérgico vai ficar tudo bem daqui em diante, então? – Julius perguntou olhando a sacola de plástico da farmácia vizinha. – Você devia tomar mais cuidado, Sayen.
-A Hanna me falou isso depois que voltei do hospital. – coçou o nariz, ainda sentia que respirar era estranho.
-Você não precisava vir trabalhar, podia ter ficado em repouso.
-Eu prefiro me ocupar. – Sayen respondeu enquanto embrulhava encomendas, livros policiais onde mais cedo ou mais tarde os personagens ia desaparecendo e só restava aqueles perfeitos. As pessoas não gostavam muito de ler sobre pessoas fracas, simples ou burras.
-Sayen, há quanto tempo você trabalha aqui? – ele perguntou empilhando as caixas para enviar.
-Dois anos...
-Faz dois anos que você não falta e relutantemente tira férias. Por que você não vai viajar com a Hanna? – Sayen mordeu os lábios e foi por entre as estantes pegar algo. – Eu disse algo errado?
-A Hanna tem medo de avião. – Sayen respondeu voltando com um livro chamado: Vítima das Saudades.
-Vocês podiam ir de carro, uma dorme a outra dirige. Quem sabe um cruzeiro, você não parece o tipo que gastou todo o salário. – Julius insistiu, realmente queria que ela descansasse, não... Que ela vivesse.
-Eu não tenho habilitação.
-Então chame Hanna para ir lá em casa, minha esposa falou que vocês podem ir jantar conosco quando quiserem. E pensando bem, eu só a conheço pelo que você me conta...
-Obrigada, mas a Hanna sempre sai de noite. – ajeitou os óculos corando, odiava admitir mas sentia muita falta de Hanna toda noite, devia ter crescido e se tornado mais independente como ela, mas isso nunca aconteceu.
-Bem, quando quiser então.
Chegou em casa mais cedo aquele dia, tomou os remédios com cuidado e colocou as roupas para lavar. Pensou em arrumar o quarto de Hanna que ficava logo ao lado, mas achou melhor deixar as coisas como ela gostava. Comeu o jantar em silêncio e ficou por muito tempo virando as páginas da vítima das saudades, o autor falava bem sobre o vazio e o silêncio, silêncio que só foi quebrado de madrugada pelos passos e depois o abraço pelo pescoço que Sayen ganhou.
-Se não tomar cuidado vai dormir na aula, Sasa!
-Hanna! – Sayen exclamou vermelha como um tomate tentando se soltar.
-Shhhh... Você está melhor? – a outra perguntou a soltando.
-Estou, me desculpe causar problemas no seu aniversário. – baixou o rosto como uma criança que se colocava de castigo depois de quebrar algo importante.
-Bo-ba! – foi tudo que Hanna respondeu abraçando Sayen junto ao seu peito, a lua se escondeu atrás das nuvens e mais tarde ambas se esconderam debaixo do cobertor para dormir. – Sayen. Você devia arranjar um namorado e parar de perder tempo comigo.-Eu não preciso de namorado, Hanna. – ela respondeu virando para o outro lado – Eu só quero ficar com você.

Um comentário:

Ceci disse...

Tadinha...além de ter tds essa introspecção ainda não é correspondida =S

Imagino como deve ser dificil pra ela mas ela demonstrou ate o momento ser bem forte.Isso refeltiria na luta pelo que ela quer...e essa luta poderia ter o nome de HANNA!Sim,não vejo problemas em ela lutar por quem ela quer,msm q a Hanna não de chance não podemos descartar a possibilidade dela ir conhecendo cada vez mais o mundinho da Sayen e sentir o msm q a amiga *pensativa*

Bom,mas de qualquer forma aguardo ansiooosa pra novas descobertas!

Hey Mo...da essa viagem a elas vaaai!Tanta coisa legal,engraçada,misteriosa,e tdo mais pode aconteceer xD

Seja boazinha!Olha o apelo...ja ja vc me bate xD

Bjãoo