quinta-feira, 4 de setembro de 2008

1. Olá

Rinmotoki, Mika Rinmotoki, esse foi o nome que eu adotei depois que me mudei pra esse lugar. Poderia ter usado a minha ascendência européia pra conseguir um nome, mas não faria nenhum sentido me unir ao passado uma vez que eu sou só uma, dentre tantos filhos que não ganham a menor atenção. Talvez você já saiba isso, mas vampiros não são conhecidos pela sua fidelidade. Meu pai tinha cinco esposas em países diferentes e ninguém se atreveu a perguntar o número de amantes e em plena luz do dia eu tenho medo da noite, quando o sangue do meu pai fala mais alto.
-Rinmotoki, você está atrasada o sinal já tocou! Korone você também!
Esse cara gritando de cabelos loiros é o presidente da minha turma, no terceiro ano do colegial ele ainda age como se estivesse no inferno das responsabilidades sem relaxar como qualquer jovem faria, ele sempre me chama pelo sobrenome, ele faria o mesmo com o Korone exceto que ninguém sabe qual o nome inteiro dele. O motivo dele não relaxar é que na classe que ele tem que cuidar estão monstros como eu e o Korone, caso você não tenha notado ali encima, eu sou o que a maioria chama de vampiro, apesar de grande parte do que falam ser besteira e fantasia pra vender filmes e livros. Lá vai o presidente nos empurrar escola adentro enquanto as garotinhas loucas pelo Korone gritam do lado de fora da classe que querem sair com ele, ele é muito popular pra um monstro, embora seja difícil entender a primeira vista por que alguém se apaixonaria por um cara tão despreocupado e sem a menor etiqueta.
-O que ta espetando a sua bunda, eim presidente? – Korone perguntou sorrindo, o mesmo sorriso de valentão que é maldoso com as crianças menores no jardim de infância.
-Será que você não pode pelo menos fingir que é civilizado ou educado! Já falei pra ficar longe daquele bando de garotas, se alguma delas descobrir que tipo de turma é essa vão entrar em pânico...
-A única coisa que elas vão descobrir é o tamanho... – uma mochilada em cheio na cara pra fazer ele ficar quieto – Pare de falar essas coisas estranhas na frente da Rinmotoki!
-Não importa, todo mundo sabe que o Korone é assim, Ângelo.Você pode não acreditar nada do que vai ler daqui pra frente, eu mesmo não acreditaria em plena luz do dia, afinal de contas. Nessas horas onde o sol castiga meus olhos e minha pele pálida eu sou como qualquer outra garota... Humana.

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